Aposta é expansão de dois dígitos para 2013

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Em uma economia que não consegue crescer mais do que 3% no ano, um setor se destaca: o varejo de vestuário, cuja expectativa é crescimento de dois dígitos no acumulado do ano. Para incrementar as vendas de calças, blusas, vestidos e outros itens, as marcas oferecem um cardápio de serviços com cabeleireiro, consultoria de estilo e organização de armários, entre outros mimos.

Na multimarcas LojAlém, localizada em Pinheiros, uma das estratégias para crescer 30% ao longo do ano e aproveitar com mais rentabilidade o segundo semestre, foi a inserção de serviços de salão de beleza, em dias específicos, além da oferta de consultoria de imagem e organizacional às clientes. Segundo Taiane Stief, proprietária da loja, com essas medidas, cerca de 90% das consumidoras que vão à loja nos dias em que os eventos ocorrem acabam por comprar alguma peça.

"Elas gostam dessas ações, e das clientes que participam, cerca de 90% delas compram alguma peça neste dia. Para mim é um dia bom de venda", disse Taiane. A executiva explicou que esses "mimos" começaram há dois anos.

" O corte e penteados já acontecem há dois anos. Um vez ao mês, uma profissional do Studio W (renomado salão de beleza) vem até a loja. Já a unha, temos uma profissional toda as quartas-feiras, e elas adoram", explicou a executiva ao DCI.

Além das iniciativas mencionadas, Taiane agregou à loja de vestuário o serviço de personal shopper e personal closet. O primeiro dá dica de moda e o que comprar, o segundo ajuda na organização de armários, malas de viagens e afins. "Com os dias de beleza eu não ganho nada, apenas fidelizo as minhas clientes, já a consultoria me dá retorno, uma vez que eu vou à casa dessa cliente fazer o trabalho", explicou.

Outro diferencial da marca é ter toda semana produtos novos das cinco marcas nacionais - Yes I AM, Unak Jeans, Artéria, Juan IglesiasDebora Chodik e uma própria chamada Tai - que a operação trabalha. "Tenho sempre novidades na loja e um dos diferenciais é o conceito de exclusividade, pois muitas peças são únicas", concluiu Taiane.

Quem também aposta no conceito de fast fashion é a Marisa. Além de ter três operações distintas que atendem seus clientes em vários momentos: Marisa Ampliada, Marisa Feminina, Marisa Lingerie e mais recente por meio de venda direta (catálogo), a rede aposta em antecipar a comercialização de suas novas coleções. Enquanto muitos players ainda estão liquidando coleções de inverno, a Marisa já comercializa a coleção primavera/verão 2013.

Já a grife feminina Gregory ampliou o portfólio de produtos para crescer as vendas nos próximos meses. A partir deste mês, tanto em suas lojas físicas quanto em seu e-commerce, a marca passa a comercializar itens para o público infantil, conforme afirmou Andrea Duca, gerente de marketing da marca. "Desenvolver uma linha infantil sempre foi uma vontade da marca e agora decidimos tirar esse projeto do papel", explicou a executiva.

Masculino

O mercado para os homens também se mostra promissor. A marca estrangeira Calvin Klein espera crescer de 15% a 20% nos próximos anos só com jeanswear, conforme afirmou Fábio Vasconcellos, CEO da marca no Brasil. Ainda segundo o executivo, o carro chefe da marca são os artigos masculinos, tanto que a representatividade é maior no faturamento. "O carro chefe da marca em vendas, são para o público masculino. Representou 60%, contra 40% de artigos femininos na última venda de showroom primavera/verão 2014", disse.

Para ampliar sua presença a marca tem apostado em abertura de lojas. "Nosso principal mercado são as multimarcas, porém temos lojas próprias e franquias, no total são 2.000 pontos de multimarca com 28 lojas próprias, três outlets e 59 franquias. Previsão de abertura para o 2º semestre de 2013 são: quatro lojas próprias, três e sete franquias", disse Vasconcellos ao DCI.

Engana-se quem pensa que roupa íntima para o público masculino não é muito levada em consideração. A Mash, uma das mais antigas neste nicho, também vê o horizonte positivo. Segundo Jonas Waisberg, diretor comercial do grupo, a perspectiva é que marca cresça entre 25% a 30% este ano. Para atingir esse índice, recentemente a marca abriu sua operação de e-commerce. Ao todo, foi investido R$ 1 bilhão nesse projeto e segundo Waisberg tem tudo para dar certo. "Acreditamos nesse mercado, quando o homem se engajar mais na hora da compra, isso crescerá", disse o diretor.

Além disso, a rede que conta apenas com uma loja física, mas está presente em cerca de 6 mil multimarcas pelo País, passa a importar alguns artigos.

"Nossa produção atualmente é 90%", explicou o diretor ao que completou: "Estamos com uma experiência nova, trazer moda masculina importada. Com isso conseguimos diversificar a nossa linha de produtos".

Cabe ressaltar que esses produtos ainda não foram colocados à venda. Pelo cronograma da empresa, o consumidor encontrará esses novos artigos até o final deste ano. Outro diferencial da Mash está na abordagem de marketing. Jonas Waisberg explicou que a publicidade para este público tem que ser bem distinta. "Tudo o que nós fazemos é para engajar emocionalmente esse consumidor e fazê-lo procurar o e-commerce ou outra operação para adquirir um produto da marca".



Veículo: DCI


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