Após muitas idas e vindas, o governo anunciou ontem um novo programa de incentivo à cafeicultura. Os produtores, que o aguardavam havia vários meses, tiveram apenas os primeiros sinais das intenções do governo.
As medidas deveriam ter sido anunciadas no início desta semana, em Brasília, pelo ministro Antonio Andrade.
Foram adiadas para ontem e divulgadas pela presidente Dilma Rousseff, em Minas Gerais, principal Estado produtor de café e terra de Aécio Neves, provável opositor nas eleições de 2014.
As medidas indicam o lançamento de contrato de opções de venda de 3 milhões de sacas de café. O vencimento será para março de 2014, ao preço de R$ 343 por saca.
A presidente anunciou, ainda, recursos para a estocagem e a compra de café pelo preço mínimo de R$ 307 por saca, dependendo da situação de mercado.
O governo não especificou, no entanto, qual o montante de recursos que será destinado a essas novas linhas de apoio à comercialização.
Para uns, a medida deveria ter vindo antes. Os 3 milhões de sacas de opções há três meses somariam um percentual bem maior dos estoques, o que daria mais sustentação aos preços. Agora, com a entrada da safra nova, o efeito será menor.
Outros avaliam como positiva a chegada do governo neste momento, principalmente porque trará junto o Banco do Brasil, que terá participação em algumas das operações.
As medidas não deverão se restringir aos produtores. Também valerão para as indústrias, que terão programa de incentivo à estocagem e à utilização de café arábica, que vem perdendo espaço para o conilon no mercado interno.
O problema são os custos das operações com o BB, já que poucas indústrias são de grande porte e teriam capacidade de suportar juros de mercado.
Veículo: Folha de S. Paulo