Amazon contraria tendência com investimento pesado

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Se há uma exceção à regra no mundo dos investimentos empresariais nos EUA, trata-se da varejista de internet Amazon. Sempre que tem um dólar sobrando, o executivo-chefe e acionista controlador Jeff Bezos o direciona a algum novo serviço.

"Nossos pesados investimentos no Prime, Kindle, mídia digital e experiência dos consumidores são, em geral, interpretados por alguns como sendo generosos demais, como sendo uma indiferença em relação aos acionistas ou mesmo como estando em conflito com uma empresa com fins lucrativos", escreveu Bezos em carta aos acionistas neste ano.

"Mas não penso assim. [...] Contentar os clientes de forma proativa conquista a confiança, que conquista mais negócios desses clientes, mesmo em novas arenas comerciais. Siga-se uma perspectiva de longo prazo; e os interesses dos clientes e os dos acionistas vão se alinhar".

Em 2012, a Amazon foi uma das poucas empresas de tecnologia dos EUA a investir mais dinheiro do que ganhou. Registrou US$ 4,2 bilhões em fluxo de caixa operacional e gastou US$ 3,8 bilhões em equipamentos, além de pagar US$ 745 milhões para adquirir uma empresa de automação de depósitos.

A Apple é mais típica. Assume riscos em inovações, como o iPhone, mas normalmente dentro das categorias de produtos existentes. Em 2012, a Apple reinvestiu na empresa apenas 20% do seu fluxo de caixa e recentemente anunciou plano de recompra de ações de US$ 50 bilhões.

Talvez seja impossível para uma empresa tão grande como a Apple investir tal volume de dinheiro. Mas vejamos a Amgen, maior empresa mundial de biotecnologia.

A Amgen possui menos bens de capital do que em 2006 e gasta um percentual do fluxo de caixa apenas um pouco maior em pesquisa e desenvolvimento.

No ano passado, a empresa gerou US$ 5,9 bilhões em caixa operacional, gastou US$ 2,4 bilhões em aquisições e devolveu US$ 4,4 bilhões líquidos aos acionistas por meio de recompras de ações e dividendos.

Isso não precisa ser algo necessariamente ruim para empresas ou acionistas. Certamente é melhor devolver capital do que desperdiçá-lo.

A questão para a economia dos EUA, no entanto, é a seguinte: se empresas de alto crescimento como Apple e Amgen não podem ou não vão investir capital, quem é que vai?



Veículo: Valor Econômico


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