Claudio Galeazzi anuncia projeto de investimentos em unidades no Exterior
No novo organograma da BRF, antiga Brasil Foods, ainda estão faltando os nomes dos diretores presidentes (CEOs) das áreas denominadas Internacional e Brasil. E segundo o novo presidente global da companhia, Claudio Galeazzi, ainda não há prazo definido e nem pressa para que isso possa ocorrer.
Na sexta-feira, o executivo comentou que, mesmo sem o nome do CEO internacional e de um levantamento final das oportunidades no exterior, já há “duas ou três negociações em andamento” para aquisições de empresas no exterior. Mas Galeazzi não quis citar a situação atual das conversas e nem as regiões nas quais se localizam estas oportunidades.
Na última quarta-feira, quando foi feita a apresentação das mudanças no organograma e do plano de aceleração de novos negócios, o diretor presidente global da BRF comentou que nos próximos 60 dias haverá um controle maior de caixa, revisão de todos os contratos e avaliação de investimentos. Já nos próximos quatro meses, haverá a reformulação do processo industrial e, na sequência, quase ao mesmo tempo, o levantamento de oportunidades no mercado externo.
Na sexta-feira, Galeazzi enfatizou que ainda não estão estabelecidos os países foco da globalização da companhia. Porém, explicou que no mercado internacional não haverá a criação de novas marcas e que a ideia é trabalhar mais intensamente com a marca Sadia.
– O que eu vejo é que para se ter uma nova marca lá fora também tem que ter distribuição e industrialização adequada, e é um investimento perigoso – declarou.
Ele também comentou que a BRF não pode deixar que o foco das vendas externas seja a “commodity”, mas itens com maior valor agregado.
Lançamento de novas marcas também está em discussão
Por conta da recente chegada do executivo, é possível concluir que as negociações em andamento foram conduzidas por seu antecessor, José Antonio do Prado Fay. Fay continuará na companhia, inclusive ajudando na área internacional, até o fim deste ano.
No mercado doméstico, a mudança do DNA da companhia de “industrial” (que, segundo ele, é oriundo da cultura empresarial da Perdigão) para “comercial” foi muito enfatizada por Galeazzi como item fundamental. Para ele, será assim que a companhia ganhará participação de mercado, apresentando um portfólio mais completo em termos de itens apresentados ao cliente e aumentando sua rede de distribuição.
Quando questionado se a empresa pode lançar novas marcas no mercado interno, o executivo não descartou movimento desse tipo.
– Temos duas marcas fortes, tops, e precisa ver se cabe uma terceira marca, a de combate. Não tem nada excluído, mas é uma questão de análise, pesquisa – disse.
Ele ressaltou, porém, que pelo Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) firmado com o Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade) na época da aprovação da fusão de Sadia e Perdigão, que criou a companhia, a empresa ainda tem mais três anos para não criar marcas novas no país.
Veículo: Jornal de Santa Catarina