Colheita de café em ritmo lento

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Volume até 22 de agosto representava 81% do total previsto para o Estado neste ano.

A colheita da safra 2013/14 de café continua abaixo do ritmo registrado no período produtivo anterior. Em Minas Gerais, até 22 de agosto, segundo dados da consultoria Safras & Mercado, o volume colhido de café representava 81% da safra total prevista para o Estado, enquanto em igual período da safra passada o índice era de 86% da safra. O atraso se deve às chuvas registradas no início de junho em algumas áreas de Minas Gerais. Mesmo próximo ao encerramento da safra, os preços pagos pelo grão continuam inferiores aos custos, que devido à desvalorização do real frente ao dólar estão ainda mais altos.

Em Minas Gerais a safra 2013/14 deverá encerrar com um volume de 25,8 milhões de sacas de 60 quilos. Deste total já haviam sido colhidas 21 milhões de sacas de 60 quilos até 22 de agosto.

No país a colheita abrange 86% da produção total, índice inferior ao observado em igual período da safra passada, quando os trabalhos já haviam sido concluídos em 89% da safra 2012/13. Em relação à semana imediatamente anterior foi observado avanço de 7 pontos percentuais. A estimativa da Safras & Mercado para a produção de café do Brasil em 2013/14 é de 52,9 milhões de sacas de 60 quilos. Deste total foram colhidas 45,3 milhões de sacas até 22 de agosto.

Em Minas Gerais, que é o maior produtor do grão no país, foi observado ritmo mais lento em todas as regiões produtoras. Na Zona da Mata, de uma produção estimada em 7,8 milhões de sacas, cerca de 6,7 milhões haviam sido colhidas até o dia 22 de agosto, o que representa 86% da safra. Em igual período do ano passado o ritmo estava mais acelerado e os trabalhos abrangiam 96% do total.

Nas regiões Sul e Oeste de Minas, até 22 de agosto, a colheita abrangia cerca de 81% da produção, com 10,5 milhões de sacas colhidas em uma safra estimada em 13 milhões de sacas. Nessas regiões, em igual período da safra anterior, o ritmo de conclusão dos serviços era de 83%.

No Cerrado, a colheita está em torno de 76% da produção. De uma safra de 5 milhões de sacas, já foram colhidas 3,8 milhões. O ritmo é mais lento quando comparado com o registrado em igual intervalo da safra 2012, quando os serviços alcançavam 80%.

Para o presidente da Associação dos Cafeicultores da Região de Patrocínio (Acarpa), Marcelo Queiros, mesmo com a aproximação do encerramento da colheita da safra de café, os preços pagos pelo grão continuam em baixa, e a crise na cafeicultura está cada vez mais grave. Até o momento não existe sinalização de que a demanda pelo café seja alavancada, o que contribui para que os preços se mantenham nos patamares atuais.

A saca de 60 quilos do produto na região do Cerrado mineiro é negociada entre R$ 280 e R$ 285. O preços pago pelo café está abaixo do mínimo estipulado pelo governo, R$ 307, que já é considerado insuficiente para cobrir os custos com a produção.

"A situação dos cafeicultores está cada vez mais grave e sem perspectivas de melhoras. O valor pago pela saca atualmente não cobre os custos de produção, e este prejuízo compromete a capacidade de investimentos dos produtores nos tratos culturais do cafezal. Para a próxima safra é possível que sejam registradas perdas na qualidade e produtividade por falta de manejo adequado", disse Queiroz.

Ainda segundo o presidente da Acarpa, alguns cafeicultores que possuem áreas que necessitam de renovação estão migrando para outras cultura para evitar mais prejuízos com o café.

Na região do Cerrado são cerca de 4,5 mil cafeicultores, distribuídos em 55 municípios e responsáveis por uma safra anual que varia entre 4,5 milhões e 5 milhões de sacas de 60 quilos. A área destinado ao cultivo do café gira em torno de 170 mil hectares.

Para agravar ainda mais a situação, a desvalorização do real frente ao dólar está elevando o preços de vários insumos utilizados na cultura, como adubos e fertilizantes.

"Nossa expectativa com o aumento do dólar era de um rendimento maior com a venda do grão, porém os preços continuaram baixos e as vendas limitadas, enquanto os custos foram alavancados", disse Queiróz.

Uma das esperanças dos produtores é que o governo anuncie as datas dos leilões de café, programados para setembro mas ainda sem dia definido. A manobra do governo pode contribuir para enxugar a oferta do café no mercado e aumentar a cotação do grão.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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