Os Estados Unidos depositaram na conta do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) em setembro apenas US$ 4,762 milhões dos US$ 12,275 milhões previstos. O valor mensal é dado ao setor produtivo como parte do acordo após vitória brasileira no contencioso do algodão aberto na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios dados pelos Estados Unidos a seus produtores.
"O que está escrito no memorando é que eles têm que pagar (R$ 12,275 milhões mensais) até a aprovação da nova Farm Bill (lei agrícola dos Estados Unidos)", disse o presidente do IBA, Haroldo Cunha. Ele afirmou que o não pagamento de um compromisso com outro país por problemas internos "é quase uma moratória". "Uma decisão unilateral muito grave para o acordo", acrescentou.
O executivo reforçou que o Itamaraty já foi informado do pagamento parcial e, segundo ele, o governo brasileiro está reativando o grupo de estudos para implementar medidas de retaliação cruzada, mas não soube dizer o que pode ser adotado.
No começo de agosto, o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, havia comunicado o governo brasileiro da suspensão dos pagamentos caso o Congresso norte-americano não fizesse ajustes nos cortes de gastos ou aprovasse a Farm Bil), o que se confirmou na noite de segunda-feira passada. À época, o então ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota afirmou que a adoção de retaliação cruzada não estava excluída e que uma decisão seria tomada pelo governo "nos próximos meses".
Veículo: Diário do Comércio - MG