Conab leiloa remanescentes de contratos de sacas de café

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Pregão atrai interesse de mineiros .

Os cafeicultores de Minas Gerais poderão, no próximo dia 8 de outubro, participar de mais um leilão de Contratos de Opção de Venda (COV) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume de contratos é remanescente dos três leilões promovidos pela estatal ao longo das últimas semanas. A maioria dos lotes deve ser arrematada por produtores mineiros.

De acordo com o presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, o remanejamento dos COV para um quarto leilão foi uma iniciativa positiva e irá atender a demanda dos produtores.

"A iniciativa do governo é importante uma vez que muitos produtores terão a oportunidade de garantir a negociação da safra a um preço mínimo de R$ 343 por saca de 60 quilos até março de 2014. Nossa expectativa é que os leilões, junto às demais medidas adotadas pelo governo, como as opções de crédito, serão suficientes para a retomada dos preços do café. Em novembro, quando todas as políticas já estiverem em prática, deve começar a recuperação dos valores", disse Brasileiro.

De acordo com dados divulgados pela Conab, será realizado mais um leilão de 4.058 Contratos de Opção de Venda de café arábica de seis toneladas cada, na próxima terça-feira. O total é equivalente 405,8 mil sacas de 60 quilos.

O café deverá ser da safra de 2013. Essa quantidade de COV que será negociada é a remanescente de três operações anunciadas pelo governo federal, em agosto, para sustentar o preço de 3 milhões de sacas de café.

Poderão participar da operação produtores rurais de café arábica e cooperativas de produtores estabelecidos nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

Ao final, todas as operações realizadas pela Conab terão ofertado, conjuntamente, um total de 30 mil contratos, o equivalente a 3 milhões de sacas. Cada leilão foi composto de 10 mil lotes. Os anteriores ocorreram nos dias 13, 20 e 27 de setembro.

Os arrematantes do prêmio adquirem o direito de vender o produto no vencimento dos contratos em março do próximo ano, a um valor prefixado, caso os preços de mercado se mantenham abaixo do valor de referência de R$ 343 a saca de 60 quilos. Os 4.058 contratos que não tiveram interesse são originários de Espírito Santo, Bahia e Paraná.

De acordo com o CNC, em setembro, a Conab realizou três leilões. Ao todo foram arrematados 25,942 mil contratos de um total de 30 mil ofertados pela estatal, representando 86,5%. Cada contrato equivale a 100 sacas de café arábica e tem exercício em março de 2014, com preço de referência de R$ 343 por saca. Apenas nos estados de Minas Gerais e São Paulo, principais produtores de café arábica do Brasil, houve arremate total.

Em Minas Gerais foram arrematados 21 mil lotes, o que corresponde a 2,1 milhão de sacas de 60 quilos.

Para o corretor de café e diretor do Centro do Comércio do Café do Estado de Minas Gerais (CCCMG), que tem sede em Varginha, no Sul de Minas, Felipe Eduardo Braga de Alvarenga, os leilões darão um fôlego aos produtores mas uma solução definitiva para a crise do café é difícil.

"Estamos em um período de grande oferta, já que as duas últimas safras tiveram produções altas. Na safra 2013 era esperada queda significativa, devido à bienalidade negativa, mas mesmo assim a queda foi menor que a esperada. Com os leilões, os produtores terão a garantia de receber pelo menos R$ 343 em março pela saca de café, mas não será o suficiente para resolver o problema", disse.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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