De olho na retirada gradual das lâmpadas incandescentes de baixa eficiência energética do mercado brasileiro, a Ledesign estabeleceu um ambicioso plano de expansão voltado para a comercialização de lâmpadas de LED (Diodo Emissor de Luz ou Light Emitting Diodee, em inglês). Por isso, a empresa, formada por investidores brasileiros e chineses, que já havia instalado um escritório no País em janeiro, resolveu dar um passo adiante com a construção de uma fábrica no Brasil para produção local. Nas últimas semanas, a multinacional se reuniu com representantes do governo dos estados do Paraná e do Tocantins para discutir a viabilidade de instalação nas respectivas regiões, segundo o diretor executivo e sócio da Ledesign do Brasil, Fernando Mendes.
"Nos encontramos com os governadores de ambos os estados e as conversas foram muito produtivas. Eles até nomearam alguns profissionais para discutir conosco a viabilidade do projeto", afirma Mendes. De acordo com o executivo, ainda é prematuro falar sobre investimento e capacidade produtiva, no entanto, ele afirmou que "não existe limitação de aportes", acrescentando que o parceiro chinês destinou cerca de US$ 150 milhões, ao todo, para a construção de fábricas na China.
"O governo implantou um programa para tirar as incandescentes do mercado. Portanto, até 2016, nenhuma lâmpada com essa tecnologia poderá ser fabricada ou importada. Aí, o consumidor terá duas alternativas: usar a fluorescente compacta ou a LED. Resolvemos investir, pois, acreditamos em uma forte migração para o consumo de LED", afirma o executivo.
Segundo Mendes, a empresa já investiu, aproximadamente, R$ 1 milhão em estoques locais e conta com cinco distribuidores. A Ledesign almeja conquistar, nos próximos três anos, 10% do mercado regional de iluminação em LED. "O mercado nacional de lâmpadas com tecnologia de LED cresce exponencialmente devido à migração no consumo. Por isso, nosso grande desafio está na conquista de 10% desse segmento em três anos. Acreditamos que nos primeiros 12 meses de operação no Brasil, venderemos 1 milhão de lâmpadas", explica Mendes.
Desde janeiro, quando desembarcou no País, a companhia já montou um escritório próprio na cidade de São Paulo (SP) e um Centro de Distribuição (CD) no município de Cotia (SP). "Iniciamos as atividades para estruturar o funcionamento da empresa e definir o portfólio. Em junho, demos início às vendas, utilizando os produtos importados do nosso parceiro situado na China", ressalta Mendes.
"O mercado brasileiro oferece um bom espaço para atuação. Além disso, também podemos atender toda a América Latina por meio da operação nacional, ou seja, teremos retorno de investimento. Por isso, faremos os aportes necessários para ter essa fábrica de lâmpadas de LED", diz Mendes.
O grande interesse da Ledesign na América Latina pode aproximá-la do Estado do Paraná, que conta com uma boa localização e mão de obra qualificada.
"O Paraná é um estado com características interessantes. Eles estão investindo nessa área de tecnologia e contam com profissionais capacitados. Além disso, a sua localização é estratégica e nos permite sonhar com a exportação para países do Mercosul e da América Latina", ressalta Mendes.
O estado sulista também apresenta vantagens em relação aos incentivos governamentais direcionados para as empresas que queiram atuar na região. Segundo Mendes, o programa Paraná Competitivo já levou diversas marcas para o estado e agradou os representantes da Ledesign.
No entanto, Tocantins também conta com atrativos. "Um dos sócios da Ledesign possui uma empresa de ótica na região, o que facilitaria nossa atuação em termos de segurança, contratação de mão de obra e logística. Isso, com certeza, é um fator a ser considerado", enfatiza Mendes.
Apesar das conversas com o governo do Paraná e do Tocantins estarem avançadas, o diretor executivo e sócio da Ledesign do Brasil, também afirma que a companhia está aberta para receber propostas de outros estados do País.
"Estamos em uma fase inicial de estudos. Nossa primeira preocupação está em garantir a distribuição dos produtos importados. Precisamos conhecer a competitividade do nosso produto no mercado nacional para avançar nas discussões. Assim, até o final de 2013, devemos ter uma avaliação mais concreta", diz Mendes.
Enquanto a decisão final não chega, a empresa segue ampliando sua atuação no País. De acordo com Mendes, a Ledesign deve obter um crescimento de 300% ao ano, pelo fato de partir do zero e pela crescente demanda do mercado por lâmpadas de LED.
Além disso, a companhia pretende estreitar seus laços com arquitetos e designers, principais responsáveis pela indicação desses produtos aos consumidores. Até o final deste ano, os itens comercializados pela empresa também devem alcançar todas as regiões do Brasil. Atualmente, a Ledesign está mais presente nos mercados da Região Sudeste.
Veículo: DCI