A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta quinta-feira (17), que crescimento econômico pode estar unido com conservação ambiental. "É possível um país crescer, que esse País que cresce distribua renda e inclua, e seja um País que conserva e protege o meio ambiente. É possível produzir com qualidade alimentos orgânicos da agroecologia". A afirmação foi no lançamento do Brasil Agroecológico, durante a 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (2ª CNDRSS), em Brasília.
Para Dilma, é preciso que a população se conscientize. Os produtores tem que ter como aliados os consumidores para que esses comprem mais produtos orgânicos.
"Nós temos que avançar no trabalho de conscientização sobre alimentação saudável. Ao invés de dividir, nós temos que incluir as pessoas para essa consciência. É possível produzir com qualidade alimentos orgânicos da Agroecologia".
Plano
O Brasil Agroecológico, primeiro Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) elaborado no País, tem como principal missão articular políticas e ações de incentivo ao cultivo de alimentos orgânicos e com base agroecológica e representa um marco na agricultura brasileira. O investimento inicial será R$ 8,8 bilhões, divididos em três anos.
Desse total, R$ 7 bilhões serão disponibilizados via crédito agrícola por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Plano Agrícola e Pecuário e R$ 1,8 bilhão será destinado para ações específicas, como qualificação e promoção de assistência técnica e extensão rural, desenvolvimento e disponibilização de inovações tecnológicas e ampliação do acesso a mercados institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Dilma destacou que é importante que o conhecimento sobre agroecologia seja difundido.
"Temos de assegurar que a assistência técnica difunda o conhecimento que temos sobre agroecologia", afirmou.
Ações
As ações se baseiam na Política Nacional sancionada pela presidenta em agosto de 2012 e amplamente discutida por dois grupos formados especificamente para debater o tema. Um deles é a Câmara Interministerial de Agroecologia e Produção Orgânica (Ciapo), que tem apenas representantes do governo. O outro é a Comissão Nacional Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo), coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República, com representantes do governo e da sociedade civil.
Dez ministérios, sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), estão envolvidos no Plano, que visa contribuir para o desenvolvimento socioeconômico dos agricultores brasileiros e a preservação ambiental. O objetivo é ampliar e fortalecer a produção, manipulação e processamento de produtos orgânicos de base agroecológica, tendo como público prioritário agricultores familiares, assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais e suas organizações.
Ecoforte
Durante o evento também foi assinado o acordo de cooperação que institui o Programa Ecoforte, que vai potencializar as ações do Brasil Agroecológico, apoiando as redes, cooperativas e grupos produtivos de agroecologia, produção orgânica e extrativismo para fortalecimento da produção e processamento, do acesso aos mercados convencionais, alternativos e institucionais e para ampliação da renda dos agricultores familiares e extrativistas. O programa Ecoforte contará com recursos da Fundação Banco do Brasil (FBB) e do BNDES.
Conferência
Dilma destacou a importância da paridade de gêneros na Conferência, que neste ano, tem o mesmo número de mulheres e homens participando, e elogiou os organizadores do evento.
"Quando conquistamos uma transformação como essa, nós temos que manifestar e dizer que isso é um avanço para o país."
Dilma também ressaltou a participação dos jovens que, segundo ela, é de extrema importância. Segundo a presidenta, a Conferência é importante para um padrão de desenvolvimento sustentável que o País buscado. Dilma falou da importância de se unir o crescimento econômico com a conservação ambiental.
Twitter
Antes do lançamento, a presidenta Dilma disse, por meio de sua conta no Twitter, que o governo quer incentivar a produção orgânica.
"Vamos incentivar a produção orgânica por agricultores familiares, aumentando sua renda e ampliando a oferta de alimento saudáveis na mesa dos brasileiros", disse a presidenta Dilma, por meio de sua conta no Twitter.
Ela acrescentou que pequenos agricultores, assentados da reforma agrária e comunidades tradicionais terão acesso ao crédito subsidiado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Eles terão acesso também a treinamento, extensão rural e ampliação do acesso a mercados, enfatizou a presidenta.
"Serão investidos R$ 8 bilhões em três anos. Nunca se investiu tanto em agricultura orgânica no País", disse Dilma.
Reforma Agrária
No evento, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, anunciou que até o fim deste ano, o governo vai colocar 100 decretos de desapropriação de reforma agrária no País. Segundo ele, o objetivo é aumentar a produção de alimentos no Brasil.
Segundo a presidenta, não serão feitas somente desapropriações mas também estímulo a produção. "Porque nós não temos o direito de colocar famílias vivendo num lugar onde ela não tem de onde tirar sua renda, temos que dar condições", afirmou.
Fonte: Portal Brasil