O presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), José Nogueira, revelou ontem, durante a abertura da 27ª edição da Superminas Food Show, que o setor supermercadista nacional está se mobilizando para requerer, junto aos governos estaduais, a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para alguns itens da cesta básica. Arroz, feijão, açúcar e óleo de soja seriam os primeiros a entrar nessa lista. O projeto ainda está em fase de planejamento e não há nenhuma reunião marcada entre os representantes do setor e o governo de Minas Gerais para discutir o assunto.
Nogueira informou que no Rio Grande do Sul esse projeto já está bem encaminhado e que quase 10 itens da cesta básica já tiveram redução de ICMS naquele estado. "Esse é um movimento nacional que está sendo coordenado pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Nós já tentamos conversar com o governo de Minas Gerais uma vez sobre o assunto, mas o projeto não estava bem estruturado. Agora estamos nos organizando para poder conversar com eles novamente", disse.
O setor supermercadista de Minas Gerais deve voltar a crescer este ano. A projeção é fechar 2013 com crescimento de 4,5% sobre o exercício passado. Em 2012, o setor faturou R$ 25,7 bilhões no Estado. A cifra foi igual a registrada em 2011, não houve crescimento. Para o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, o crescimento é fruto da recuperação da renda e do menor endividamento do consumidor. Ele destaca que, desde que o plano real teve início, o salário mínimo já aumentou 940%, enquanto o preço dos alimentos subiu 298%.
Panificação - Também presente na abertura da Superminas, o presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão) e da Associação Brasileira da Indústria da Panificação (Abip), José Batista de Oliveira, revelou que recentemente as padarias de Minas Gerais perderam o benefício do crédito presumido do ICMS, dado para todos os produtos a base de farinha (pães, bolos, etc). Somente o pão doce e o pão de sal permaneceram na lista.
Ele explica que tinham esse benefício empresas do setor que não estão inscritas no Simples Nacional, que são a minoria (apenas 5%), mas que mesmo assim aquelas que foram atingidas sentiram o aumento do custo. O setor de panificação também deve crescer 4,5% este ano na comparação com o ano passado. Esse índice já foi registrado em 2012 sobre o exercício imediatamente anterior.
Vale lembrar que a panificação passou por um mal momento este ano. A Argentina, principal país exportador de trigo para o Brasil, suspendeu as comercializações. Com isso, as empresas que processam o grão passaram a comprar de países como Estados Unidos e Canadá. Esse fator aliado às oscilações cambiais resultaram em um aumento do preço da farinha de trigo de 30% somente este ano, de acordo com Batista.
Superminas - Teve início ontem, em Belo Horizonte, a 27ª edição da Superminas Food Show. Com foco em negócios e qualificação profissional, a feira deve receber 55 mil pessoas durante os três dias de evento. A expectativa é que sejam gerados R$ 1,3 bilhão em negócios durante a feira e a partir dela. No ano passado, a Superminas movimentou R$ 1,2 bilhão. O número de expositores subiu de 280 para 300.
Para fomentar ainda mais os negócios, serão realizadas rodadas de negócios. Uma delas será voltada especificamente para empresas fornecedoras de equipamentos que se enquadram na norma NR 12 e representantes de supermercados e padarias que pretendem se adequar a essa nova legislação.
Veículo: Diário do Comércio - MG