A Pesquisa de Orçamento Doméstico divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) revelou que o consumidor belo-horizontino está, cada vez mais, planejando seu orçamento frente a um cenário econômico pouco promissor.

De acordo com o levantamento, em novembro, 68,8% dos consumidores entrevistados buscam planejar seu orçamento mensal, índice acima dos 66,7% de outubro. "Isso mostra que as pessoas estão mais preocupadas com o cenário econômico e sinaliza que elas estão menos dispostas a consumir e contrair dívidas", explicou o economista da entidade Gabriel de Andrade Ivo.

O planejamento feito pelos consumidores pode não sair como esperado. A pesquisa apontou que ele ocorre de modo não eficaz representa 28,3% do total, com 21,1% dos consumidores seguindo parcialmente o plano e 7,2% não seguindo o planejado. "Isso acontece em função das compras por impulso, o que é uma cultura do brasileiro e deve ser aproveitado pelos empresários", afirmou.

Entre os entrevistados, 53,5% afirmaram que pagam suas contas em dia, mas não sobra nenhum recurso no final do mês, e 1,9% confirmaram que recorrem ao cheque especial e ao cartão de crédito.

O cartão de crédito ainda é o compromisso que mais pesa no orçamento doméstico, representando 62,3%, e a opção de parcelamento é a forma preferida pelos consumidores, com 49,6% das respostas.

O cheque especial correspondeu a 7,7% dos compromissos financeiros no orçamento doméstico em novembro, com aumento de 0,5% em relação a outubro. Na mesma comparação, o comprometimento dos ganhos com o cheque pré-datado ficou praticamente em linha com o do mês anterior na casa dos 0,4%.


Fixas - Em relação às despesas fixas, a conta de água ficou em primeiro lugar em novembro, com 27,1%, seguida pela alimentação (23,5%) e energia elétrica (20,3%). A alimentação também foi o grupo de produtos e serviços mais procurados, representando 60,1% de participação para pagamentos feito com cheque especial.

Entre os consumidores entrevistados, a maioria (87,4%) pagaria suas contas à vista caso fosse oferecido desconto. Indicativo, segundo o economista, importante para os empresários dispostos a fortalecer seu caixa, fugir do peso das taxas de administração dos cartões e criar vantagens competitivas frente à concorrência.




Veículo: Diário do Comércio - MG