Mesmo com o setor desaquecido, empresa faturou R$ 220 mi; para 2014, meta é entrar em novos mercados
A Forno de Minas Alimentos, indústria mineira com planta em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), estuda a entrada em um novo mercado. A empresa não divulga qual seria a categoria de produtos, mas já está conversando com possíveis fornecedores e busca um investidor para esse projeto, que inclui a construção de uma nova planta. A novidade pode incrementar ainda mais os negócios da empresa. Em 2013, mesmo com o mercado desaquecido, registrou crescimento de 40% no faturamento na comparação com 2012, o que vai resultar em receita total de R$ 220 milhões.
As informações são do presidente da Forno de Minas, Hélder Mendonça. Ele afirma que a indústria está, sim, interessada em entrar em uma nova categoria de produtos e busca recursos para isso. "Nós teríamos que construir uma nova fábrica, então precisamos de um investidor. Estamos estudando o mercado, conversando com possíveis fornecedores, mas não tem nada certo. Ainda é preciso avaliar uma série de variáveis", diz, sem entrar em mais detalhes sobre o projeto. Enquanto os novos planos não saem do papel, a Forno de Minas tem trabalhado duro para conseguir crescer mesmo com o mercado desfavorável para a indústria brasileira.
Ao longo de 2013, ampliou a equipe comercial. Três novas filiais foram abertas - Rio Grande do Sul, Paraná e interior de São Paulo - e as equipes de vendas que já existiam também foram aumentadas. Com isso, mais de 100 pessoas foram contratadas para atuar somente na área comercial. Mendonça explica que a ideia é fortalecer a equipe de vendas que atende ao setor de food service. "Esse é um tipo de venda que exige muito serviço, como demonstração de produtos e pós-vendas. Tem muito valor agregado", observa. No início do ano, a Forno de Minas contava com pouco mais de 500 funcionários. Hoje, já são 720.
A Forno de Minas também ampliou as exportações este ano. Desde 2012, a empresa tem trabalhado o mercado externo. Ela já vendia para os Estados Unidos, Canadá e Portugal e, este ano, passou a negociar com a Inglaterra, Chile e Uruguai. "Nós estruturamos a área de exportação e hoje temos uma equipe dedicada a isso. A expectativa para as vendas fora do Brasil é grande porque o pão de queijo é um produto com características que ajudam a difundir as vendas. Ele é prático, versátil, não contém glúten e é saboroso, então tem todo potencial para se tornar um produto global", destaca.
Internacionalização - Como parte dos planos para ampliar as exportações, a Forno de Minas tem participado de várias feiras fora do Brasil. O presidente da empresa explica que são selecionados os principais eventos do setor no mundo. A indústria também participa de feiras nacionais. Nessas oportunidades, ela aproveita para lançar novos produtos. Este ano, foi lançado o waffle congelado, que inclusive ganhou o prêmio de lançamento do ano na categoria congelados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Para 2014, a expectativa é colocar ainda mais produtos no mercado no primeiro semestre, todos eles congelados.
Mendonça afirma que, mesmo tendo alcançado crescimento de 40% no faturamento, 2013 foi um ano difícil. "Foi um período de muita inflação no preço dos insumos, trabalhamos o tempo todo com o foco em tentar manter a margem, porque não conseguimos repassar todo o aumento que nós tivemos para o consumidor. Nosso principal produto, o pão de queijo, por exemplo, teve aumentos nos principais insumos. O queijo aumentou cerca de 30% este ano, o polvilho mais de 100% e o ovo entre 40% e 50%. A margem diminuiu, mas conseguimos compensar com aumento no volume de vendas", diz.
Veículo: Diário do Comércio - MG