Os preços do leite atingiram níveis recordes em 2013, com alta de 25,5% de janeiro a outubro. O cenário neste período foi ainda mais favorável aos pecuaristas, em razão da a estabilidade dos custos de produção no país. Enquanto o Custo Operacional Efetivo (COE), que computa as despesas do dia a dia da atividade, teve pequena elevação de 1,3%, em 10 meses, o Custo Operacional Total (COT), que engloba também os gastos com reposição de patrimônio, subiu 1,4%.
Esta análise está no boletim Ativos do Leite, publicação elaborada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O estudo explica que, apesar do aumento da produção, a oferta foi insuficiente para atender à demanda na maior parte do ano, o que ajudou a sustentar os preços. O valor médio pago ao produtor superou R$ 1 por litro. Diante do comportamento observado em 2013, ressalta o boletim, "os produtores devem ficar atentos ao cenário de 2014".
Quantos aos itens que compõem os custos de produção, houve queda nos principais insumos utilizados na alimentação. Os concentrados, que representam 42,2% do COE, tiveram queda de 3,3% nos preços. Dentre os fatores que influenciaram as baixas estão o fato de o Brasil ter produzido safra recorde de grãos, puxada principalmente pela soja e pelo milho, e a recuperação da produção norte-americana, depois da estiagem de 2012.
Entretanto, pondera o estudo, "devido à demanda externa aquecida, os preços da soja não tiveram reduções tão expressivas como as observadas para o milho".
Veículo: Diário do Comércio - MG