Conseguir destaque no mercado nacional de chocolates não é uma tarefa muito fácil, mas a marca gaúcha Caracol Chocolates está determinada a conquistar relevância, atuando no espaço existente entre Kopenhagen e Cacau Show. Para viabilizar esse projeto, a fabricante aposta em nichos específicos como o de doces artesanais e com apelo funcional. Em 2014, a empresa lançará, entre outros produtos, um chocolate à base de Whey Protein, a proteína extraída do soro do leite.
"Não queremos disputar o mercado com a Kopenhagen ou com a Cacau Show. Percebemos que existe uma brecha entre elas, visto que a primeira atua em um nicho mais luxuoso, enquanto a segunda está em uma categoria mais popular. Pretendemos agir neste espaço disponível entre as duas", explica a engenheira de alimentos e responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento da Caracol Chocolates, Corina Rangel, em entrevista ao DCI.
Dessa forma, as novidades programadas para o ano que vem já fazem parte do projeto de expansão traçado pela empresa. Até o final de janeiro de 2014, a marca lançará o Conservar, que integra a linha Caracol Vita, composta por outros quatro tipos: Relaxar, Fortalecer, Embelezar e Reduzir.
"Decidimos lançar o Conservar em janeiro, pois queríamos registrá-lo como um alimento funcional. Os outros também seguem essa linha, mas para não correr o risco de outra empresa lançar algo parecido antes de nós, os colocamos no mercado sem o registro de funcional para não perder a oportunidade", destaca Corina.
O novo produto será lançado juntamente com o segundo lote da linha Caracol Vita. A primeira leva foi responsável pela comercialização de 5 mil unidades, o que fez a companhia iniciar a fabricação do segundo lote.
A "nova fornada" contará também com outro diferencial: a utilização de cacau orgânico. "Queremos apresentar um produto bem diferente, por isso, fomos buscar fornecedores situados no Estado do Pará", diz a especialista.
O Conservar, por exemplo, será composto por 85% de cacau orgânico aliado a carotenóides de luteína e licopeno, conhecidos como pigmentos naturais com potente ação antioxidante. Esses ativos são capazes de extinguir radicais livres, causadores do envelhecimento precoce das células e das doenças comuns da idade.
"O cacau orgânico será enviado para nós pela Indústria Brasileira de Cacau [IBC], instituição responsável pelo processamento do cacau cultivado pelos pequenos produtores do Pará", afirma.
Ainda segundo a especialista, o preço do cacau orgânico é o dobro do genérico. "Enquanto um quilo de cacau genérico custa R$ 14, a mesma quantidade do orgânico sai por R$ 30", diz.
Atualmente, o Brasil é o terceiro maior mercado de chocolates do mundo, registrando um consumo per capita de 2,8 kg em média, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).
Para aproveitar esse cenário, a companhia gaúcha também já estuda sua entrada em novos nichos de mercado. De acordo com Corina, a Caracol deve lançar até o mês de março do ano que vem um chocolate à base de Whey Protein, ativo muito utilizado pelos frequentadores de academia.
"O número de academias e de pessoas preocupadas com sua alimentação e com seu bem estar físico cresce cada vez mais. E eles querem tudo com Whey Protein, uma proteína extraída do soro do leite durante o processo de fabricação do queijo", explica Corina.
Segundo a especialista, o novo produto já está em processo de desenvolvimento, com sua formulação já definida. "O que demora é a criação da embalagem", explica. A Caracol Chocolates fechou o ano passado com um faturamento total de R$ 12,4 milhões.
Esse número deve crescer nos próximos anos devido ao ambicioso projeto de expansão idealizado pela empresa. Até 2017, a companhia gaúcha pretende alcançar um faturamento de aproximadamente R$ 50 milhões.
Além disso, a companhia nacional também pretende contar com aproximadamente 150 lojas franqueadas em todo o País até 2018. Atualmente, a Caracol Chocolates conta com uma unidade fabril localizada na cidade de Gramado, no interior do Estado do Rio Grande do Sul.
Mercado
Os bons resultados registrados pelo segmento de chocolates no Brasil estão incentivando os contínuos investimentos das empresas em novos produtos, além de melhorias no espaço fabril. Essa movimentação também atrai o interesse de marcas estrangeiras.
No início deste mês, informações de mercado levantaram a hipótese de uma possível parceria entre a empresa brasileira Cacau Show com a suíça Lindt ou com a belga Godiva. A junção com uma dessas marcas ajudaria a brasileira a diversificar suas operações.
A Cacau Show ficaria responsável pela produção nacional de um dos chocolates que compõem o portfólio da Lindt ou da Godiva. Procurada pela reportagem do DCI na tarde de ontem, a empresa informou que não comenta especulações de mercado.
veículo: DCI