Depois de ser apontado como um dos vilões da inflação no ano passado, o tomate brasileiro pode ajudar agora a economia argentina. Preocupada com o abastecimento do mercado interno e com o risco de disparada de preços do produto, a presidente Cristina Kirchner ordenou ontem ao ministro da Economia, Axel Kicillof, que facilite a importação de tomates brasileiros.
De acordo com a associação Consumidores Livres, atualmente o quilo de tomate custa entre oito e 10 pesos. Em novembro do ano passado e nos primeiros dias de dezembro, porém, o preço chegou a 40 pesos. O aumento da demanda pelos argentinos, no entanto, pode reduzir a oferta do fruto no Brasil e levar à alta dos preços no mercado interno.
Nos últimos anos, a Argentina aplicou fortes barreiras às importações. A flexibilização dessas medidas se deve, de acordo com o chefe de gabinete, Jorge Capitanich, à necessidade de garantir que o consumidor tenha bens com preços justos. Esta semana, o governo lançou o programa “preços cuidados”, que monitora 194 cotações de alimentos e outros produtos em 10 redes de supermercados na Grande Buenos Aires. A Argentina tem uma das maiores taxas de inflação do mundo. Os preços ao consumidor subiram em torno de 25% cento em 2013, segundo estimativas privadas, embora as desprestigiadas estatísticas oficiais coloquem a estimativa em cerca de 10%.
Veículo: Estado de Minas