Alimentos passam ao largo da crise

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A indústria e o varejo de produtos alimentícios estão sofrendo de forma mais amena os efeitos da crise do que os bens de consumo duráveis. Como a venda de alimentos está desvinculada do crédito, que foi o canal de contaminação da crise no Brasil, a expectativa de executivos do setor é que haverá desaceleração em 2009, mas não com a força esperada para outras atividades.

 

O coordenador do departamento de Economia da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), Denis Ribeiro, espera uma desaceleração no aumento da produção física do setor de 4,4% em 2008 para entre 3,0% e 3,5% em 2009.

 

Ele admite que o quadro não é tão grave quanto para a indústria em geral, que deverá reduzir a expansão à metade, mas avalia que a perda de ritmo será inevitável quando houver uma piora mais acentuada nos resultados do mercado de trabalho.

 

Os dados oficiais da indústria já divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que, pelo menos até novembro, a produção e a venda de alimentos estiveram imunes aos efeitos da crise.

 

A produção industrial de alimentos cresceu 3,1% em novembro ante outubro, ante uma queda de 5,2% na indústria em geral no mesmo período. Na comparação com novembro do ano passado, houve alta de 0,9%, enquanto a média industrial amargava queda de 6,2%.

 

Bens duráveis - O economista da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo disse que os segmentos vinculados a bens de consumo não duráveis, como alimentos, estão apresentando "desaceleração menos aguda" do que os duráveis porque a massa de salários ainda prossegue em crescimento, enquanto o crédito foi bastante afetado pela crise.

 

Ribeiro concorda que até novembro o setor não havia sido afetado pela crise e também compartilha da avaliação de que os produtores de alimentos estão mais protegidos das restrições ao crédito. Mas em dezembro, segundo os dados da Abia, a produção do setor caiu 0,2% ante igual mês do ano passado. "Não deve haver uma desaceleração brusca para o setor, mas uma atividade mais lenta", disse.

 

O economista da Abia disse que as demissões não fazem parte da estratégia das empresas do setor alimentício para adaptação ao novo cenário de crise, já que a mão de obra do setor exige treinamento específico. (AE)


 
Veículo: Diário do Comércio - MG


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