Índia desenvolve projeto do laptop de US$ 20

Leia em 2min 40s

A Índia pretende produzir um laptop pelo preço impressionante de cerca de US$ 20, depois de já ter fabricado o Tata Nano, o carro mais barato do mundo, vendido por cerca de US$ 2 mil. 

 

O projeto, apoiado pelo governo indiano, seria consideravelmente mais barato que o chamado "laptop de US$ 100", conhecido também como a "Máquina das Crianças" ou XO, projetado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos. O XO, que teve uma recepção fria na Índia, é a peça central da iniciativa "One Laptop Per Child" (Um Laptop por Criança), lançada por Nicholas Negroponte, ex-diretor do Media Lab do MIT. Em resposta, a Intel lançou um produto parecido chamado Classmate. 

 

O laptop de US$ 20 da Índia também é mais barato que o EeePC, fabricado pela Asustek, de Taiwan. O EeePC foi o primeiro laptop ultrabarato e simplificado (uma nova categoria conhecida como netbook) lançado comercialmente no mundo. Ele não possui disco rígido e é vendido por preços entre US$ 200 e US$ 400. 

 

O "Sakshat", como foi batizado o laptop indiano, tem como objetivo estimular o aprendizado a distância e ajudar a Índia a atender suas enormes necessidades educacionais. Ele faz parte de um plano mais amplo para melhorar o aprendizado eletrônico em mais de 18 mil escolas profissionalizantes e 400 universidades. Alguns analistas, no entanto, estão céticos com a viabilidade comercial de um laptop de US$ 20. Além disso, o projeto ainda precisa atrair um parceiro comercial. 

 

Um protótipo foi exibido esta semana na abertura da Missão Nacional da Educação em Tirupati, no sudeste indiano. Projetado por cientistas do Vellore Institute of Technology, do Indian Institute of Science de Bangalore, do Indian Institute of Technology de Madras e da companhia estatal Semiconductor Complex, o laptop tem capacidade de 2 gigabytes e conectividade sem fio. R.P. Agrawal, secretário de ensino secundário e superior da Índia, disse na semana passada que o custo do laptop é de cerca de US$ 20 por unidade, mas que o patamar deverá cair. A previsão é de que o equipamento comece a ser vendido em seis meses. 

 

A Índia enfrenta o desafio de encontrar meios de equipar sua grande população, que conta com 550 milhões de pessoas com menos de 25 anos, e oferecer uma capacitação contemporânea. O país precisa manter o crescimento elevado e se desenvolver de maneira mais uniforme. Nos próximos seis anos, segundo estimativas, a Índia precisará criar 1,5 mil universidades. Nos EUA e Reino Unido, instituições de ensino estão se movimentando para tornarem-se parceiras no projeto de expansão do ensino superior. 

 

O governo está sendo pressionado mais fortemente para permitir os investimentos estrangeiros no setor educacional e usar as parcerias público-privadas para atender parte dessa demanda. Grandes universidades de todas as partes do mundo - como a Kellogg School of Management, dos Estados Unidos, e o Imperial College, do Reino Unido - estão explorando modelos diferentes, incluindo parcerias com faculdades, aprendizado a distância e estabelecimento de campi. Mas o governo indiano parece preferir recorrer à tecnologia, em vez das parcerias internacionais, para levar o ensino superior até a população. 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Cresce a receita com televisor de LCD

Em 2008, pela primeira vez, o faturamento das indústrias com as vendas de televisores de telas de cristal l&iacut...

Veja mais
Patrocínio a atleta fica mais caro e captação, mais lenta

A crise econômica tornou mais difícil a captação de recursos financeiros para apoiar atividad...

Veja mais
Lucro operacional da BR Malls cresce 39,4%

A BR Malls, maior empresa de shoppings no Brasil em área total de vendas, divulgou ontem uma prévia dos se...

Veja mais
Avon lucra 80% mais

O lucro líquido da Avon cresceu 80% no quarto trimestre de 2008, ante o ano anterior, somando US$ 232,4 milh&otil...

Veja mais
Braskem obtém licença de instalação

A Braskem obteve em janeiro da Fepam, o órgão ambiental do Rio Grande do Sul, a licença de instala&...

Veja mais
Bilionário da Índia quer investir em cosméticos

Adi Godrej, um dos industriais mais ricos da Índia, negocia a aquisição de empresa de cosmét...

Veja mais
Ajuste na indústria continua em janeiro

O processo de ajuste da produção industrial continuou em janeiro. Embora algumas empresas tenham registrad...

Veja mais
Com apoio do BNDES, Bom Gosto avança

Capitalizada após a fusão com a Líder Alimentos, operação que contou com aporte do BN...

Veja mais
Mortadelas têm muito sal

Pro Teste mostra, ainda, que o produto tem aditivos demais   Um teste feito pela Associação Brasil...

Veja mais