Avon aposta em produtos de valor agregado mais alto

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A crise econômica mundial não assusta as operações brasileiras da fabricante norte-americana de produtos de beleza Avon. Ao contrário, desemprego e falta de crédito são encarados pelos executivos da empresa como oportunidade. "Devemos ter um aumento do número de renvendedoras, porque mulheres que perderam seus empregos podem atuar na venda direta para garantir um rendimento, enquanto outras mulheres podem querer complementar a renda familiar", disse o presidente da Avon Cosméticos, Luis Felipe Miranda.

 

A empresa, que atualmente possui cerca de 1,2 milhão de revendedoras no País, lançou ontem novos produtos, de maior valor agregado, que têm como mote a democratização do luxo: duas fragrâncias assinadas pelo estilista Christian Lacroix e uma nova linha de batons que levam em sua composição o ouro. Os produtos entram no topo do portfólio, em termos de preço. O batom custará R$ 21, enquanto o similar mais barato da marca custa R$ 5,90. Já o perfume vale R$ 80, enquanto existem colônias da Avon a partir de R$ 9 e produtos mais sofisticados, mas sem assinatura de celebridades, que saem a R$ 54.

 

Apesar do foco nos produtos mais caros em meio a um cenário de crise, que pede aos consumidores que apertem os cintos, Miranda avalia que os lançamentos devem garantir a incorporação de novos clientes. "Nosso portfólio é bem balanceado, com produtos de menor e maior valor que são dirigidos ao público C e D, e também ao A e B."

 

Na divulgação dos resultados de 2008, realizada na terça-feira passada, a sede da Avon não informou números da operação brasileira. Indicou apenas que as vendas na América Latina recuaram 5%. Miranda explicou que a queda ocorreu por conta do câmbio. "As vendas reais cresceram", disse. Nas demais operações da Avon ao redor do mundo, a queda foi ainda maior, o que fez analistas questionarem se seria sustentável para companhia depender cada vez mais da América Latina, região que até agora foi menos afetada pela crise do que América do Norte, Europa ou Ásia.

 

Para Miranda, o País não deverá apresentar retração. "O Brasil tem tudo para superar essa crise e o governo tem tomado as medidas necessárias para manter a renda dos consumidores", disse Miranda, que garantiu que investimentos em infraestrutura e marketing serão mantidos no País

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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