Senpar e General Shopping investem em outlet de grifes

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O primeiro shopping do Brasil de lojas de desconto de marcas renomadas, como Calvin Klien, Lacoste, Hugo Boss, Miss Sisty, Ralph Lauren, Nike e Adidas, será aberto em meados de abril no mesmo complexo onde estão instalados os parques de diversão Hopi Hari e Wet'n Wild, em Itupeva (SP), distante 80 quilômetros da capital paulista. Batizado de Outlet Premium, o centro comercial pertence ao empresário César Federman, que é dono de uma extensa área de terras, de 7 milhões de metros quadrados, nas proximidades de Campinas. 

 

Os terrenos dos dois parques de diversão também eram de Federman, que chegou a ter participações nesses empreendimentos, mas não possui mais. No Outlet Premium, no qual serão investidos R$ 70 milhões, o empresário detém atualmente 70% das ações. A General Shopping, que será responsável pela administração do shopping, associou-se há um ano à Senpar, grupo de Federman, e possui 30% do centro comercial. 

 

"O meu projeto é transformar as terras (ao redor de Campinas) em um shopping de empreendimentos ", afirma Federman, cuja empreitada originou-se com a Fazenda Ser'Azul, de 2 milhões de metros quadrados. Ao longo dos últimos anos, o empresário comprou as áreas vizinhas à fazenda, às margens da Rodovia dos Bandeirantes. 

 

O Outlet Premium, diz Federman, é uma das âncoras do seu projeto. O empresário já possui no mesmo complexo o hotel Quality, de 220 apartamentos, e o shopping Serr'Azul. Os próximos passos serão a construção de um condomínio residencial de luxo, no qual serão investidos R$ 30 milhões, e um resort de 600 quartos ao lado do Hopi Hari. 

 

O shopping de desconto, que ocupará ao todo 88 mil metros quadrados, terá 18 mil metros de área de lojas (área bruta locável - ABL). Como são outlets, as unidades terão em média 200 metros quadrados, mas algumas marcas contrataram espaços ainda maiores, como Nike, cuja loja deve ter 600 metros quadrados, e a Adidas, que deve ocupar 400 metros quadrados. A expectativa é de que o shopping gere R$ 175,5 milhões em vendas por ano aos lojistas. 

 

Na lista de marcas que já alugaram espaço no Outlet Premium também estão a VR, Zegna, Trosseau, M.Martan, Iódice, Track&Field e Zeferino. 

 

Segundo Gilson Costa, da empresa de consultoria imobiliária GC2000, uma das idealizadoras do projeto e responsável pela comercialização das lojas, 65% dos espaços já estão alugados até o momento. E metade das cerca de 90 lojas do empreendimento é composta por grifes internacionais. Segundo fontes do setor, há rumores de que a Diesel e Armani também abrirão outlets no shopping, mas a informação não é confirmada. Além da GC2000, a Jones Lang La Salle, firma americana de consultoria imobiliária, também atua na comercialização. 

 

O modelo de shopping de lojas de desconto é bastante difundido nos Estados Unidos, onde existem cadeias especializadas nesse segmento. Entre os mais conhecidos dos brasileiros estão os shoppings Premium Outlet de Orlando e Las Vegas. O Outlet Premium, de Itupeva, imita tanto esse formato que até mesmo o nome é semelhante. Assim como os empreendimentos americanos, o shopping é horizontal e os corredores são ao ar livre, o que reduz os custos de manutenção e, portanto, dos aluguéis. 

 

No passado, já se tentou implementar o modelo de outlets no Brasil, mas sem sucesso. O Shopping D, em São Paulo, por exemplo, nasceu como shopping de descontos, mas reviu seu formato para um centro de compras convencional. Gilson Costa avalia, porém, que o mercado varejista brasileiro de uma década atrás é muito diferente do atual. "Naquela época, as empresas não tinham escala de produção e podia-se contar nos dedos o número de marcas brasileiras que possuem uma rede de lojas. Havia só a Zoomp e outras poucas mais", diz o consultor. O mercado vem se profissionalizando nos últimos anos e algumas redes, como a Richard's, já começam a investir em seus próprios outlets. 

 

As lojas de desconto são uma válvula de escape importante para as varejistas, em especial para as marcas de luxo, que podem escoar os estoques e melhorar o seu capital de giro. Nos EUA, há marcas que já produzem exclusivamente para os canais de desconto, obtendo ganhos de escala e redução de custos. Segundo Federman, a ideia de investir em outlets partiu da própria demanda dos varejistas 

 

A promessa de descontos é tentadora - e precisará ser honrada para garantir o sucesso do empreendimento à medida que o seu público-alvo está a 100 quilômetros. Segundo Costa, as lojas se comprometem a oferecer preços até 50% mais baixos. O custo de ocupação do shopping, incluindo aluguel e condomínio, será de R$ 65 o metro quadrado, valor também mais barato que o dos shoppings convencionais, que cobram mais de R$ 300 por metro quadrado. 

 

Veículo: Valor Econômico


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