Demanda interna vai ajudar setor de alimentos e bebidas

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Responsável pelo fechamento de 109.696 mil postos de trabalho em dezembro, segundo o Caged, o setor de alimentos e bebidas prevê para 2009 crescimento, mas em nível inferior ao de 2008. O coordenador do departamento de economia e estatística da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), Denis Ribeiro, estima para o ano alta de 3% a 4% na produção, e de 2,5% a 3,5% no faturamento real. Em 2008, o setor teve crescimento de 4,4% na produção e de 3,3% em faturamento real (deflacionado pelo IGP-DI). A indústria de alimentos e bebidas responde por 2,8% do PIB e por 2,4% dos empregos formais no país. 

 

"Os três primeiros meses do ano serão sofridos, todos os setores terão que se adequar. Mas a indústria da alimentação não está preocupada. Ela trabalha com a realidade que virá nos próximos dois ou três anos", diz. De acordo com Ribeiro, o setor apresentou desaceleração no último trimestre do ano passado, sobretudo indústrias exportadoras de carnes, grãos e óleo de soja, que sofreram com a queda da demanda internacional e a escassez de crédito para exportar. 

 

Conforme Ribeiro, o setor emprega 1,4 milhão de pessoas e, em 2008, foram criados em torno de 60 mil postos de trabalho, sendo que em dezembro houve cortes de cerca de 1 mil vagas, por conta da sazonalidade. "As demissões acima de 100 mil postos referem-se principalmente às dispensas de bóias-frias e outros empregados das indústrias de açúcar e álcool, por conta do fim da safra. Esse dado fica na conta do setor, mas não pode ser lido como uma tendência generalizada", diz. Em São Paulo, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), em dezembro, as indústrias fecharam 130 mil postos, dos quais 79.248 no setor de açúcar e álcool. 

 

A IRB Tatuzinho 3 Fazendas, dona da marca Velho Barreiro, prevê um cenário ainda positivo para 2009. O presidente da empresa, César Rosa, diz que contratou 20 pessoas no ano passado, elevando o quadro de funcionários para 250. "A empresa reforçou o quadro de vendas e não tem nenhuma mudança prevista para o primeiro semestre deste ano", diz ele. 

 

Em 2008, a empresa registrou expansão de 18% em produção, 25% em faturamento e 43% no lucro líquido. Para este ano, a expectativa é crescer em torno de 10% em produção e faturamento. "A crise ainda não afetou os negócios. O principal público consumidor pertence às classes C e D e esse público ainda não sofreu um impacto significativo na renda, que signifique queda nos negócios", diz. 

 

De acordo com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), o segmento cresceu 8% em 2008 em volume e 12% em faturamento. Para 2009, a previsão é de alta em torno de 4%. O setor, formado por aproximadamente 40 mil alambiques, gera 450 mil empregos diretos, sobretudo na agricultura familiar. (CB) 

 

Veículo: Valor Econômico


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