Reflexões no supermercado

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Não há espaço de sobra nos corredores das lojas, e as pessoas largam os carrinhos em qualquer lugar

 

LAURA FOI AO supermercado, como de costume, no último sábado. O recomeço das aulas somado à proximidade do dia em que a maioria das pessoas recebe seus salários ou outros rendimentos lotou aquela loja. Filosoficamente, circulou com calma, observando os consumidores, enquanto o carrinho ficava a cada minuto mais cheio.
Também prestou atenção nos produtos, nas prateleiras e no atendimento. Seguem alguns comentários, que recebi por e-mail:

 

-É um absurdo como ainda somos bárbaros na hora de escolher legumes, frutas e verduras. Perto de mim, um senhor apalpava os tomates, desistia, pegava outros. Em lugares civilizados, pegou, pagou. No mínimo, deveriam exigir o uso de luvas de plástico, apropriadas para evitar a contaminação desses alimentos.

 

-Tenho o hábito de ler os rótulos dos produtos, por exemplo, para saber a porcentagem de sódio que contêm, a fim de evitar um consumo prejudicial à pressão arterial. Pois bem, há rótulos com boa qualidade de informação, legíveis, mesmo para quem usa óculos. Outras embalagens, contudo, embaralham as informações e as deixam escondidas em uma dobra do pacote de biscoitos, por exemplo. Grandes redes de supermercado, com seu poder de compra, deveriam cobrar dos fabricantes de alimento um pouco mais de respeito pelo consumidor.

 

-As pessoas continuam levando bebês e crianças às compras, em supermercados lotados. É desconfortável para adultos, imagine para os menores. Seria importante que os mercados investissem em playground, com monitores, como fazem os shoppings.

 

-Sinalização no estacionamento de supermercado é vista como um elemento decorativo, nada mais do que isso. A seta aponta para um lado, o motorista dirige no sentido contrário. Só não devem ocorrer acidentes graves porque a velocidade é reduzida, e todos estamos de olho nos maus motoristas.

 

-A presença crescente de idosos deixa claro que o comércio deve, progressivamente, oferecer mais conforto e serviços aos que já passaram dos 60 anos. Isso significa deixar mais cadeiras para descanso, aperfeiçoar o atendimento médico emergencial e oferecer mais banheiros, tudo com pisos antiderrapantes e outras formas de proteção.

 

-Pais e mães deveriam ensinar seus filhos, principalmente com o exemplo, a não degustar comidas e bebidas na área de compras. Pegar uma uva, que seja, de um cacho, é apropriação indevida e estimula atitudes ilícitas.

 

-Não há espaço de sobra nos corredores das lojas, e as pessoas largam os carrinhos em qualquer lugar, impedindo o fluxo dos clientes.

 

Sugeri a Laura que, devido à falta de respeito e de educação generalizada, criasse uma cartilha sobre como se comportar no supermercado. Seria um bom investimento, especialmente se ajudasse a coibir práticas que atrasam a compra, irritam os consumidores e tornam esse compromisso semanal um teste para a paciência de todos nós.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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