A Sabie, empresa têxtil brasileira com quase 80 anos de atuação no mercado institucional, prevê diversificar-se para crescer o faturamento acima de 20% neste ano. Para isso, a empresa deverá investir em infra-estrutura e modernizar-se. Em 2008, a companhia alcançou faturamento de R$ 70 milhões.
Segundo o diretor de Marketing da empresa, Roberto Toschi, a crise não chegou à Sabie em 2008. "Tivemos crescimento saudável. Sentimos alguns efeitos em dezembro. As empresas que atendemos frearam um pouco a demanda, mas, a essa altura, o ano já estava acabando", disse. O crescimento da Sabie em 2008 foi de 6,5%.
As expectativas do executivo para este ano são melhores que as do ano anterior. A companhia espera elevar o crescimento em 22,14 pontos percentuais, chegando ao faturamento de R$ 85 milhões. Essa previsão, segundo Toschi, é possível, em grande parte, por conta da provável manutenção de demanda por tecidos em hospitais e hotéis, que correspondem a cerca de 90% da receita da empresa.
"Esse segmento tem comportado-se como ilha dentro da crise", afirmou. Ele disse que a previsão da Sabie é mais animadora se for considerado o crescimento de 2008, que estabelece base forte para este ano.
A empresa é especializada na confecção de roupas de cama, mesa e banho para hospitais, hotéis e restaurantes, mas, de acordo com Toschi, existem boas perspectivas para abertura de mercados no ano, como nos segmentos de uniformes e motéis. Para crescer, a companhia deverá investir cerca de R$ 3,5 milhões, financiamento já conseguido com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O dinheiro será destinado à aquisição de equipamentos de tecnologia da informação (TI) - visando à intensificação da força de vendas -, ao desenvolvimento de programa interno de melhorias e benefícios para os funcionários e a maior destaque para a marca da empresa - que já é uma das líderes do mercado -, por meio de investimentos em comunicação. O executivo lembrou que 70 mil hotéis e motéis foram criados nos últimos dez anos e que o movimento em hotéis nacionais cresceu quase 23% no começo deste ano, em relação a igual período de 2008.
Outro projeto do grupo é o de utilização do sistema de gestão Lean, conhecido por ter ajudado a Toyota a tornar-se uma das empresas mais eficientes do mundo. Baseada em conceito de produção contínua e enxuta, a Sabie pretende tornar sua produção mais rápida e personalizada, sem perda de qualidade.
NOVOS MERCADOS. As exportações do grupo concentram-se na América do Sul e correspondem a 8% da receita, mas há planos de expansão. Toschi explicou que a companhia já é conhecida em outros países porque parte de seus produtos é enviada pelas próprias empresas para filiais estrangeiras. "O segundo passo, que daremos no segundo semestre, é buscar representantes e distribuidores em outros países", afirmou.
Segundo ele, existe mercado no Brasil, já que a Sabie e suas concorrentes não conseguem atender 100% da demanda. "Com a crise, veio o momento certo para buscarmos novos clientes e investirmos no crescimento da empresa", disse. Entre as companhias atendidas pela Sabie estão os hospitais Albert Einstein, São Luiz e Sírio Libanês e os hotéis Atlântica, Blue Tree, Accor, Pestana e Estanplaza.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ