Frutas brasileiras para passar na pele

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A união de duas tendências de consumo resultou na equação perfeita para incrementar o potencial do Brasil como fornecedor de matéria-prima natural para a formulação de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal. O crescimento no consumo desses itens aliado à crescente preocupação do público em adquirir produtos naturais e que contribuam com a sustentabilidade, estimula a procura por ativos extraídos de plantas brasileiras.

 

O guaraná ganha outros destinos sem ser a bebida, e vira xampu e creme para cabelos. O mesmo acontece com o maracujá, uma das primeiras frutas a ser processada na elaboração de produtos. Na esteira desses extratos, outros produtos naturais, como os feitos à base de erva-mate, começam a abrir espaço.
Basta uma conferida no surgimento de empresas na área e o crescimento do portfólio das que já trabalhavam com esse tipo de ingrediente para se ter uma noção do boom do setor. A BioFach Nuremberg 2009, que ocorre de 19 a 22 de fevereiro na Alemanha, é um exemplo. O País chega ao maior evento do setor com 32 participantes, sob responsabilidade do projeto Organics Brasil, divididos em cinco estandes no Pavilhão Vivaness. Outro marco para este ano é que, pela primeira vez, cinco companhias da área de cosméticos participam da mostra, quatro delas com produtos finais e um na área de extração. "É uma prova de que somos fornecedores de produtos de alto valor agregado, processados e industrializados", afirma Ming Liu, coordenador executivo do Organics Brasil.

 


No ano passado, foram comercializados US$ 58 milhões para 70 países pelas 64 empresas associadas ao projeto, o que representa uma expansão de 176% na comparação com 2007. O País ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de produtos orgânicos, com 1,8 milhão de hectares em áreas certificadas. Entre os principais destaques estão justamente os ingredientes de base para cosméticos. "Só o fato de divulgar os conceitos que envolvem todo o processo - como a extração dos ativos e as comunidades beneficiadas - traz resultados surpreendentes para a imagem do País lá fora", reconhece Liu. Assim, crescem os investimentos na divulgação das propriedades de cada um dos ativos e suas vantagens mercadológicas.

 


A Brazilian Fruit é uma das empresas que surgiu com foco no mercado externo e que aposta as fichas na competitividade e qualidade dos produtos brasileiros para conquistar o público além-fronteiras. O resultado tem sido positivo, com clientes no território francês da Martinica e países como Espanha, Portugal e Estados Unidos. Estão em tratativas negócios com Canadá, Japão, Holanda, Inglaterra e Bélgica.

 

"Nossa preocupação é exaltar não apenas a Amazônia como fonte de ingredientes para os cosméticos, mas toda a flora brasileira", afirma Veronika Rezzani, diretora da marca. Além disso, toda a matéria-prima utilizada na fabricação dos cosméticos da empresa é obtida de forma sustentável. Atributos que ajudam a abrir portas também no mercado interno, próximo passo da companhia. O primeiro estado a lançar a linha no varejo será o Rio Grande do Sul. A rede Farmácias Associadas finaliza o contrato de parceria e vai colocar nas prateleiras os produtos Brazilian Fruit. "Conhecemos os itens em uma rodada de negócios. Testamos e aprovamos. Agora é só definir os detalhes", resume o diretor comercial da rede, Jaime Moreira.

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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