Mesmo com faturamento mais fraco em 2014, a fabricante de não tecidos investiu para ampliar sua capacidade industrial em produtos para cuidados pessoais que mantêm bom desempenho
A Freudenberg Não Tecidos, divisão do grupo Freudenberg, tem investido no segmento de cuidados pessoais, de olho na expansão das vendas de fraldas descartáveis, absorventes e lenços umedecidos no País. Mesmo sem perspectiva de recuperação da economia doméstica no curto prazo, a demanda por itens de higiene pessoal deve manter um bom ritmo de expansão, acredita o diretor-geral da empresa, Klaus Homberg.
Segundo ele, os itens de cuidados pessoais são essenciais para o consumidor e, neste ano, o segmento deve garantir o avanço do faturamento da divisão de não tecidos da Freudenberg. "Os produtos da linha de cuidados pessoais têm maior valor agregado e a demanda não muda muito mesmo em períodos de retração do mercado", diz o executivo.
Para Homberg, os números do segmento confirmam a tendência de expansão. De acordo com dados da consultoria Nielsen, as vendas de fraldas descartáveis somaram R$ 4,5 milhões entre setembro de 2013 e agosto de 2014, alta de 19,2% ante os 12 meses imediatamente anteriores.
Na linha de absorventes higiênicos, o crescimento foi de 11,9%, com R$ 2 milhões em vendas no mesmo período. Com a perspectiva de alta da demanda, a empresa investiu em uma nova linha de produção na fábrica localizada em Jacareí, interior de São Paulo.
"Nós iniciamos as operações da nova linha de novembro e com isso a nossa capacidade produtiva cresceu cerca de 25%", destaca Homberg. A ampliação representou, apenas para o segmento de produtos para higiene, uma alta de 40% da capacidade produtiva. Considerando toda a planta fabril do grupo, o ganho foi de aproximadamente 25%.
Embora não divulgue números específicos sobre a divisão de não tecidos, o grupo anunciou investimentos de R$ 40 milhões em suas operações na América do Sul no ano passado. O aporte, que incluiu projetos de inovação e expansão das linhas de produção no País, foi mantido mesmo após o mercado local dar sinais de desaceleração.
"O projeto para ampliação da fábrica de Jacareí estavam nos planos da empresa desde o final de 2012", lembra Klaus Homberg. Para ele, o momento de retração da economia é passageiro e com a adoção dos ajustes necessários, o mercado local deve se recuperar.
Inovação
Além da ampliação da fábrica de Jacareí, a Freudenberg tem investido em inovação para oferecer produtos com maior valor agregado e ganhar competitividade ante os importados. "Nós estamos focados no desenvolvimento de produtos com maior qualidade na linha de personal care", conta ele.
Segundo o executivo, se o real se mantiver desvalorizado, o negócio de exportação da unidade brasileira pode ganhar uma nova perspectiva. Hoje, 90% da produção no País é destinada ao mercado local.
Desempenho
Em 2013, o faturamento líquido do Grupo Freudenberg no Brasil, incluindo a unidade de não tecidos, foi de R$ 619 milhões, alta de 10,4% ante 2012.
Os números relativos ao desempenho em 2014 só serão divulgados pela empresa em março, mas o diretor da divisão de não tecidos no País adianta que o resultado foi mais fraco em relação a 2013.
Na avaliação dele, o faturamento em 2014, que não seguiu o ritmo de crescimento dos anos anteriores, não representa necessariamente um cenário de crise e a perspectiva é de avanço da produção nos próximos dois anos. "Nós já tivemos anos melhores como em 2010 e 2012, mas acreditamos que há sim espaço para crescer", afirma ele.
Veículo: DCI