A produção física da indústria eletroeletrônica brasileira encerrou 2014 com queda de 4,9%, segundo dados do IBGE agregados pela Abinee (associação do setor). O ambiente econômico de insegurança, com os consumidores receosos, a alta da taxa de juros e a crise do setor elétrico são apontados como os principais responsáveis pelo fraco desempenho. "Não imaginávamos que poderíamos ter um resultado tão negativo", afirma o presidente da associação, Humberto Barbato.
"No início de 2014, prevíamos até um crescimento. Só em agosto revisamos as projeções, mas, mesmo assim, para um empate com 2013", acrescenta o executivo. A retração foi puxada pelo segmento de elétricos, que recuou 7,2% no ano. A redução média das tarifas das contas de luz, adotada em 2013, prejudicou a situação financeira das concessionárias, que cortaram seus investimentos.
"Esperamos que, com os novos valores da energia, as distribuidoras e geradoras voltem a fazer aportes, o que aumentaria a demanda por produtos elétricos." Os eletrônicos, por sua vez, registraram uma retração de 2,4%. Apenas em dezembro, a queda foi de 22,3% na comparação com o mesmo mês de 2013. Para este ano, Barbato espera que as empresas mantenham o nível de produção de 2014. "Não é das melhores expectativas, mas o ritmo da economia está baixo e ainda tem a alta da carga tributária."
Veículo: Folha de S. Paulo