Crescem compras em sites internacionais

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Pesquisa feita em dezembro mostra que 38% fizeram compras nos 12 meses anteriores, ante 33% em janeiro de 2014

Lojas on-line da China ficaram com 55% das vendas internacionais; 12 estão entre os 20 sites mais utilizados

 

 



Um "tsunami". É assim que Mauricio Salvador, presidente da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), classifica a onda de brasileiros que fazem compras internacionais pela internet, em sites como o AliExpress, do grupo Alibaba, em busca de preços baixos. Pesquisa feita pela consultoria E-bit em dezembro com 1.843 brasileiros indicou que 38% dos internautas haviam feito compras nesses sites nos 12 meses anteriores --em janeiro, o índice havia sido de 33%.

Apesar da sazonalidade, Pedro Guasti, diretor-geral da E-bit, diz que de fato houve uma mudança de comportamento dos consumidores. "No ano passado passou-se a ouvir falar em compras em sites chineses, houve marketing boca a boca", afirma. Das compras internacionais de dezembro, 55% foram em lojas on-line da China, segundo a pesquisa --os portais do país foram 12 dos 20 sites mais utilizados.

Entre o começo e o fim de 2014, o Aliexpres subiu do terceiro para o primeiro lugar, passando eBay e Amazon. Guasti, entretanto, afirma que nesses portais o comportamento dos clientes é diferente: opta-se por produtos mais baratos, como roupas, e não por produtos de alto valor como eletrodomésticos, já que há maior receio de a encomenda não chegar, ou não ser entregue direito.

Enquanto a categoria de moda lidera nos portais da China, com 52% das compras de brasileiros, nos sites internacionais em geral a primeira do ranking é a de eletrônicos, com 27%. "No caso de uma camiseta, tem gente que compra duas. Se o tamanho de uma não é ideal, eles passam para outra pessoa", diz.

O principal argumento de compra nesses portais são os preços baixos, que podem equivaler a um terço ou um quarto dos nacionais --84% dos entrevistados citaram esse quesito. Mesmo que isso signifique esperar, em média, 42 dias corridos para receber a encomenda.

"Se fosse assim no Brasil, o consumidor iria achar um absurdo e abandonar o carrinho", diz Salvador.

POTENCIAL


O executivo afirma que os varejistas do setor não estão, mas deveriam estar, preocupados com a concorrência.

A empresa de pagamentos PayPal projeta que as compras internacionais de brasileiros pela web vão crescer de R$ 2,6 bilhões em 2013 para R$ 16,8 bilhões em 2018. O e-commerce brasileiro faturou R$ 35,8 bilhões em 2014.

Apesar de a maioria dos produtos comprados nesses portais estar sujeita a tributação, apenas 31% dos entrevistados afirmaram ter pago impostos. A fiscalização feita na Receita é feita por amostragem. O órgão e os Correios estão trabalhando em um sistema para fechar esse cerco.



Veículo: Folha de S. Paulo


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