Objetivo do grupo é ampliar o debate sobre a crise enfrentada por produtores de leite e indústrias do segmento no Rio Grande do Sul
O primeiro pronunciamento do deputado estadual Elton Weber (PSB), ontem, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, destacou a crise enfrentada pelo setor leiteiro gaúcho como um dos assuntos a ser debatido nesta legislatura. Ao lançar a Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva do Leite, Weber propôs a composição de um grupo para avaliar a situação e sugerir alternativas. “Os preços pagos estão reduzindo, há excesso de leite em pó no Estado e indústrias decretaram falências. Fora isso, há produtores que não estão conseguindo entregar leite para os laticínios”, dimensionou.
No Rio Grande do Sul, os preços estão abaixo da média nacional, de R$ 0,84, sendo comercializados por R$ 0,70 a R$ 0,76 chegando até a patamares inferiores, próximos de R$ 0,50 – uma das razões é o excesso de leite no Estado. Com cerca de 15 adesões, embora não seja necessário cumprir um número mínimo de participantes, a Frente deve se voltar para a questão do valor, acompanhando o direcionamento do poder público estadual e das entidades representativas do setor, que pleiteiam junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a compra de leite em pó. “Na semana que vem devemos estar em Brasília com demais entidades do setor, solicitando a compra de leite em pó em volume substancial” – a intenção é chegar a 10 mil toneladas.
Também na próxima semana, Weber pretende realizar a primeira reunião da Frente para avaliar possíveis propostas para minimizar os efeitos da crise. O parlamentar já adianta, no entanto, que os debates devem abranger, também, a questão dos intermediários do setor e a prática das indústrias nesse momento considerado como crítico, principalmente, pelos produtores.
“Temos confirmação de que em alguns lugares há indústrias se recusando a recolher leite do pequeno produtor. E sabemos que existem indústrias do setor lácteo com crédito presumido e empréstimos, mas entendemos que empresas que se recusam a trabalhar com o pequeno produtor não podem ter isenção de impostos”, argumenta Weber, salientando que é possível limitar esse tipo de atuação com leis a serem elaboradas pelos parlamentares. “Não existe nenhuma proposta pronta, nosso primeiro objetivo é debater o tema e ouvir as sugestões de todos.”
Veículo: Jornal do Comércio - RS