A confiança do consumidor brasileiro caiu 11 pontos na passagem de dezembro para janeiro, mostra o Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). No primeiro mês do ano, o indicador atingiu 137 pontos, ante 148 pontos em dezembro e 143 pontos em janeiro do ano passado. Na avaliação da entidade, o recuo é consequência principalmente da crise hídrica e da piora nas condições de crédito.
"Os debates sobre esses temas estão sendo intensificados, deixando os consumidores mais pessimistas e cautelosos", explica o presidente da ACSP, Rogério Amato, em nota enviada à imprensa. O dirigente avalia que o aumento de preços dos alimentos em razão da seca e a elevação de tarifas, como a de energia elétrica, também devem ter pressionado a queda do INC na passagem de dezembro para janeiro.
Entre as classes sociais, o maior recuo foi na "DE" (de 154 para 137 pontos), seguida pela classe "C" (de 158 para 143 pontos). Na classe "AB", o INC permaneceu estável em janeiro, com 119 pontos. Já entre as regiões do País, a confiança caiu no Sudeste (148 para 136 pontos) e Nordeste (de 154 para 132 pontos). No Norte/Centro-Oeste (de 131 para 140 pontos). No Sul (146 para 152 pontos), houve melhora na confiança.
O INC é pesquisado pelo Instituto Ipsos, a pedido da ACSP. O indicador varia entre zero e 200 pontos, que representam pessimismo e otimismo máximos, respectivamente. De acordo com a associação, a margem de erro é de três pontos porcentuais para mais ou para menos. As entrevistas para apurar a confiança em janeiro foram realizadas entre os dias 16 e 31 do mês passado.
Situação financeira e emprego
A pesquisa da Associação Comercial de São Paulo mostra ainda que piorou o sentimento dos consumidores em relação ao mercado de trabalho e situação financeira. Em janeiro, 35% dos entrevistados se sentiam seguros no emprego, ante parcela de 40% de dezembro e 44% em janeiro do ano passado. Para a ACSP, essa piora foi influenciada pelas recentes notícias de demissões em indústrias, como a automotiva, que eliminou 404 vagas em janeiro.
Já aqueles que consideram a situação financeira "boa" caíram de 45% para 40% na passagem de dezembro para janeiro. Em janeiro de 2014, esse porcentual era de 44%. Os consumidores que acham a situação financeira futura melhor também recuaram para 50% em janeiro, porcentual menor do que os 52% de dezembro e igual ao registrado no mesmo mês do ano passado.
Veículo: Diário de Pernambuco