Western Digital planeja reforçar produtos com marca própria

Leia em 4min 10s

Nos últimos anos, a Western Digital surfou a onda do recorde de vendas de computadores no Brasil. Você pode não saber disso, mas provavelmente armazena muitas de suas informações nos discos rígidos produzidos pela empresa americana, segunda maior fabricante mundial de dispositivos portáteis de armazenamento do mundo, atrás apenas da Seagate, também dos Estados Unidos.

 

Positivo, Itautec e várias fabricantes multinacionais que atuam no Brasil são clientes da Western Digital há tempos. Agora, porém, com a estimativa de queda de 20% na demanda global por seus produtos - o que já levou ao fechamento de fábricas na Malásia e Tailândia -, o país ganhou um novo apelo para a companhia. 


Enquanto as projeções para o mercado mundial são de uma queda de 12% na demanda por computadores pessoais, segundo a consultoria Gartner, a expectativa por aqui é de que o mercado vai manter o desempenho de 2008, prevê a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). 

 

Uma boa notícia para a Western Digital é que o setor prevê que a venda de notebooks finalmente vai alcançar a de computadores de mesa no Brasil, com 6 milhões de unidades vendidas em cada segmento. Os notebooks representam uma das áreas em que a empresa apresenta grande crescimento, diz Don Bennett, vice-presidente de novos negócios da Western Digital. Bennett, que veio ao Brasil avaliar as oportunidades do mercado local, afirma ter ficado animado com o que viu. "Existem muitas oportunidades para aumentar nossa presença no Brasil", diz o executivo. 

 

Mas o grande desafio da Western Digital não está em expandir sua participação no segmento dos discos rígidos feitos para os fabricantes de PCs, em que já é um competidor consolidado. A empresa quer tornar-se conhecida pelos produtos que levam sua própria marca e são vendidos no varejo. "Queremos nos tornar uma empresa mais brasileira e ser a referência quando as pessoas pensarem em armazenamento", diz Ron Pack, diretor de vendas da Western Digital para a América Latina. 

 

Os discos externos - pequenos dispositivos para armazenamento de dados - estão se tornando cada vez mais populares por ser fáceis de transportar e oferecer maior capacidade de armazenagem que a de mídias como o CD e o DVD. 

 

A necessidade de guardar mais fotos, músicas e vídeos em alta definição tem impulsionado essa procura. Um estudo encomendado pela EMC - fabricante de equipamentos de armazenagem de grande porte - mostra que em 2011 o mundo vai gerar 1,8 bilhão de gigabytes de informação, dez vezes mais que o volume de 2006. Cerca de 70% desse volume virá de pessoas comuns, não de empresas. A cifra equivale a algo próximo a 500 mil discos de DVD ou 100 mil vezes o conteúdo da maior biblioteca do mundo, a do Congresso dos Estados Unidos, em Washington. 

 

O primeiro passo para ampliar a exposição da marca no Brasil foi dado no ano passado, com a assinatura de um contrato a distribuidora Aldo. Ainda neste semestre, o objetivo é fechar novas parcerias. "Só precisamos ver como ficará o cenário econômico", diz Pack. No ano fiscal 2008 - encerrado em junho do ano passado-, a América Latina respondeu por US$ 550 milhões do faturamento de US$ 8,1 bilhões da Western Digital. O Brasil foi responsável por algo entre 55% e 60% das vendas na região. 

 

A EMC deve ser uma das grandes adversárias da Western Digital na batalha pelo público brasileiro. Por meio da Iomega - adquirida no começo do ano passado, por US$ 213 milhões - a companhia anunciou uma estratégia para expandir sua atuação no varejo brasileiro, o que deve garantir uma boa disputa por espaço no mercado local nos próximos meses. Outras empresas, como a Linksys, também pretendem entrar na disputa por esse mercado, mas os movimentos não assustam a Western Digital, afirma Bennet. "Eles têm que comprar o armazenamento de alguém, certo?", diz o executivo. Segundo ele, a Western Digital fabrica praticamente 90% das peças que compõem os equipamentos que ela coloca no mercado para atender sua demanda própria e a de seus clientes. 

 

Os equipamentos de marca própria são responsáveis hoje por pouco mais de 20% do faturamento da Western e estão rapidamente tomando espaço dos produtos feitos para terceiros. Essa estratégia inclui também ofertas para o mercado corporativo. No ano passado, a empresa colocou no mercado seu primeiro produto para esse público. Outros lançamentos estão planejados, diz Bennett. 

 

Em relação à tecnologia empregada, a Western Digital pretende reforçar sua aposta nos nos discos rígidos, mas já iniciou estudos com relação aos discos de estado sólido (SSD), que não possuem partes mecânicas para armazenar dados. 

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Moda íntima contorna crise com venda direta

Para suprir a queda das exportações, grandes redes de roupa íntima, como Mylady, DeMillus e Mash, e...

Veja mais
Navegação ajusta fretes e operações para enfrentar crise

As empresas de navegação comercial têm anunciado ajustes tanto no valor do frete quanto na capacidad...

Veja mais
Empresa ameaça ir à Justiça contra alto custo em demissão

O Decreto nº 6.727, de 2009, pode levar muitas empresas à Justiça. O texto da lei impõe mudan&...

Veja mais
Juízes querem mecanismo contra dispensa imotivada

Uma pesquisa de opinião realizada entre juízes trabalhistas revela que as empresas que demitirem sem prest...

Veja mais
Puket bem calçada

A IMB Têxtil, dona da marca de meias e pijamas Puket, vendeu 200 mil pares de seu primeiro calçado, lan&cce...

Veja mais
Consumo consciente

Se você acha que essa nova onda verde que anda fazendo a cabeça dos consumidores nos quatro cantos do plane...

Veja mais
Super Hiper TV

Muitos estudos mostram que é grande a influência do ponto-de-venda no comportamento de compra dos brasileir...

Veja mais
Consumidor faz vodca diversificar marketing

Depois de duas décadas, a vodca Absolut inova em sua estratégia de comunicação. A partir de ...

Veja mais
Rhodia compra

O grupo químico francês Rhodia completou a aquisição do norte-americano McIntyre Group, ap&oa...

Veja mais