Moda íntima contorna crise com venda direta

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Para suprir a queda das exportações, grandes redes de roupa íntima, como Mylady, DeMillus e Mash, estão apostando no mercado interno para aumentar o faturamento. Para tanto, estão investindo principalmente em vendas diretas, por catálogo ou pela Internet, além da abertura de lojas próprias e de lançamentos de produtos para novos segmentos. As três empresas apostam na expansão dos negócios, tanto que aumentarão a contratação de pessoal.

 

No caso da DeMillus, a grande aposta é a venda direta, tanto que fará ações para captar mais vendedoras. A Mylady, cujo foco é vender roupas íntimas de tamanhos maiores, faz investimentos em comércio eletrônico e inaugura, em São Paulo, o embrião de vendas diretas, pretendendo chegar, em dezembro, a 30 vendedores. No caso da Mash, o intuito é se fortalecer em praças nas quais não possui boas vendas, além de incrementar o ponto-de-venda e entrar no mercado de meias para ambos sexos.

 

Novo segmento

 

Com 25 anos de mercado, a MyLady vai focar seus produtos em tamanhos maiores e em moda-gestante e pós-parto, para suprir a queda nas exportações que se deu, segundo a diretora da marca Alessandra Zegaib, depois de outubro passado, principalmente aos EUA. "A exportação teve uma queda de 20%, nos últimos três meses, em relação aos EUA. Nos outros mercados, a queda não foi tão brusca, já temos um patamar mais normal."

 

Mesmo com a queda de exportação, a marca continua os investimentos, contudo se volta para o mercado interno. Alessandra Zegaib ressalta o ânimo da marca ao comentar a contratação de mais uma gerente de Produtos. "Contratamos uma nova gerente de Produtos e vamos aumentar nosso chão de fábrica. Será uma nova célula inteira, que, na média, produz 20% a mais. E teremos cerca de 10 novas costureiras."

 

A diretora salienta que a aposta será em novos nichos de mercado, como a venda direta e virtual. "Começaremos a venda direta dos produtos na capital paulista. Começamos com cinco pessoas e queremos fechar o ano com 30." Além disto, no segundo semestre, a aposta será em tamanhos mais convencionais. "Esperamos crescer 35% este ano. Para isto, reforçaremos o trabalho nos tamanhos maiores, que é um mercado abandonado pelo varejo. Em julho, lançaremos coleção com tamanhos-padrão para reforçar a marca", destaca.

 

Alessandra conta que, em 2008, a estratégia foi se consolidar em públicos que usam tamanhos grandes (42 a 54). "Apostamos em lingerie de tamanhos maiores, além de cintas modeladoras e produtos que reduzem o manequim. Faremos reforço de parcerias com os consultores dos pontos- de-venda para esse segmento." Outra aposta é o universo virtual. "Destinaremos 25% dos investimentos programados para este ano [valores não revelados] a ações virtuais."

 

O objetivo da marca é buscar os públicos A e B. "Redes de lojas como Alô Bebê, Casa das Calcinhas e Cia. das Meias são grandes revendedores e apresentam tíquete médio de R$ 90. Isto pode reforçar a venda direta", afirma.

 

Do outro lado da balança e voltada para o tamanhos mais tradicionais, a DeMillus, que tem a estimativa de fechar o faturamento do ano com R$ 330 milhões, ante os R$ 299 milhões do ano passado, quando vendeu 27 milhões de peças, mesmo com a crise, vai ampliar a produção já neste mês. De acordo com Eva Goldman, vice-presidente e diretora de Marketing, as vendas serão focadas no Brasil. Neste ano a contratação de novas costureiras será de 6%. "Daqui a 90 dias, as 120 novas costureiras começam a produzir. Ao todo, faremos 10 mil peças a mais, por dia. Hoje, temos 2 mil costureiras e uma produção de 120 mil peças."

 

Para escoar esta produção, a DeMillus, que já tem 70% de suas vendas com vendedores direto - 110 mil ao todo -, quer mais 11 mil representantes até o final do ano. "Trabalhamos para acrescer o número de revendedores, pois queremos mais distribuição de produtos para compensar uma possível baixa de preço. Existe uma grande vantagem na venda direta: é como se abríssemos uma filial em cada vendedor", diz Eva.

 

Para 'abrir' estas novas filiais, a empresa, que já esta presente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e em algumas capitais do sul e do sudeste, buscará revendedoras primeiramente nas capitais. "Este tipo de ação se dá por causa de logística e distribuição. Depois de solidificar o mercado entramos em cidades menores, por isto há a limitação das praças."

 

Segundo Eva Goldman, a estratégia para chamar estas novas vendedoras acontece desde ano passado. Eva ressalta investimento de R$ 2 milhões entre mídia e promoções dirigidas aos revendedores, além de premiar quem indica uma nova vendedora.

 

Masculino

 

Para aumentar o faturamento de R$ 50 milhões para R$ 58 milhões para este ano, a Mash faz reforço nos pontos-de-venda e ingressa no mercado de meias. Segundo Hélio Oliveira Júnior, diretor comercial da empresa, houve investimento de R$ 3,2 milhões em equipamentos para fabricar 60 mil dúzias de meias por mês, para todos segmentos. "Reforçaremos a ação nos pontos-de-venda para que o espaço se pareça a uma loja nossa. Agora, a venda direta é o sonho de todas empresas, mas é um processo trabalhoso e tem-se muito que estudar."

 

Veículo: DCI


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