Desde a eclosão da crise, em setembro último, o Grupo Pão de Açúcar passou a monitorar minuciosamente o fluxo de clientes nos 597 pontos-de-venda da companhia a fim de detectar alguma alteração, mas até agora nenhuma foi percebida. Segundo José Roberto Tambasco, vice-presidente comercial e operacional, "há pouca alteração de consumo no varejo de alimentos, higiene e limpeza. Em não- -alimentos, a compra se mantém, mas com cautela".
O executivo destacou que o fluxo de clientes e o tíquete médio nas lojas mantêm um ritmo de crescimento considerável. As operações que têm registrado crescimento mais expressivo são bazar (utilidades domésticas), têxtil, drogarias e postos de combustível. Sem citar números, Tambasco afirma que a performance da rede está acima das expectativas. "Não tivemos impacto significativo da crise nas vendas", disse.
Na avaliação do presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abílio Diniz, a companhia pode ganhar participação de mercado sobre redes menores de supermercados, que estão mais fragilizadas com a crise. "O momento é difícil, mas o varejo não vive uma crise generalizada. O aumento da renda, a ascensão das classes C e D ao consumo e a baixa inflação vão garantir a manutenção do consumo nos supermercados."
O vice-presidente comercial e operacional sinalizou ainda que as vendas nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste estão bastante aquecidas, principalmente nesta última, que agora está alinhada com o desempenho do restante do grupo.
Como parte de seu estudo estratégico, o Pão de Açúcar passou a suspender o funcionamento de parte das lojas que funcionam 24 horas sob a bandeira Extra. As filiais que apresentaram baixo fluxo de clientes durante a madrugada passarão a operar até a meia-noite. A ação vem ocorrendo em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Nordeste. A varejista diz que próximo destas unidades há um hipermercado que funciona 24 horas, o que garante o serviço em todas as praças onde a rede atua.
Expansão
Ainda a respeito dos efeitos da crise no setor, a paranaense Super Muffato também afirma que suas vendas ainda não foram abaladas. Entretanto, o diretor Ederson Muffato diz que a rede será mais cautelosa com a expansão, abrindo apenas um hipermercado este semestre, na capital Curitiba.
Monitoramento realizado desde setembro passado pelo Grupo Pão de Açúcar aponta a que o fluxo de clientes nas unidades da companhia não sofreu alteração. Apenas não-alimentos têm demanda "com cautela".
Veículo: DCI