Geladeira em mau estado gasta mais energia

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A geladeira é uma vilã do consumo de energia. Se estiver em mau estado, o eletrodoméstico pode representar até 60% de uma conta de luz numa família de baixa renda. A costureira Marli Roque dos Santos diz que a sua conta “caiu” para menos da metade depois de trocar o refrigerador e as lâmpadas incandescentes por luminárias de LED. “A minha conta era R$ 42 e passou para R$ 19. Foi uma economia boa, porque consigo comprar outras coisas que não podia antes”, conta.

A troca da geladeira de Marli só foi possível devido a um programa de eficiência energética da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), que doa uma geladeira com o selo Procel, mais eficiente no consumo de energia, desde que o cliente seja de baixa renda e concorde em recolher o eletrodoméstico velho para a distribuidora, que dá o descarte correto ao equipamento usado. Em Pernambuco, já foram doados 86 mil refrigeradores dentro da iniciativa. “Soube que o programa estava aqui no bairro e me inscrevi. A minha geladeira tinha mais de 10 anos e comprei de segunda mão”, afirma Marli, que mora no Conjunto Marcos Freire – em Jaboatão dos Guararapes – e tem uma renda de até R$ 500 por mês com as roupas que costura.

“Depois da troca, passei a pagar a conta em dia, porque ficou mais fácil controlar o preço da energia e o seu consumo, o que não conseguia antes”, revela Marli, que mora num apartamento de cinco cômodos e todos têm uma lâmpada de LED. A troca da geladeira ocorreu em julho último. No mês anterior à substituição, ela consumiu 128 quilowatt-hora (kWh). Depois, o consumo mensal ficou em 75 kWh. Os valores da conta dela são diferentes dos cobrados à classe média, porque a baixa renda tem um desconto de até 65% na tarifa, quando comparado com os demais clientes residenciais.

O programa também foi adotado na Bahia e no Rio Grande do Norte, Estados onde o Neoenergia, dono da Celpe, também tem distribuidoras. No total, foram doadas 285 mil geladeiras desde 2005. “Caso essa energia fosse produzida por empreendimentos novos, teriam que ser implantadas duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) com a capacidade instalada de 65,2 megawatts (MW). Elas demandariam um investimento de R$ 424 milhões para serem instaladas”, diz a gerente de Eficiência Energética do Grupo Neoenergia, Ana Mascarenhas.

Ela comenta que as geladeiras que têm o selo Procel estão diminuindo o consumo a cada ano. “Em 2005, a geladeira mais econômica de uma porta com capacidade de 250 litros tinha um consumo de 50 kWh por mês. Hoje, um refrigerador com as mesmas características consome 24 kWh mensalmente”, argumenta Ana.

 



Veículo: Jornal do Commercio - PE


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