O consumidor brasileiro está menos disposto a se endividar neste final de ano. Pesquisa apontou que 7,5% deles afirmaram intenção de contrair novas dívidas em outubro. Em setembro esse indicador era de 9,5%.
Segundo a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) esse é o pior resultado da séria histórica, lembrando que o indicador passou a ser medido em 2012.
Na comparação anual, o índice despencou 3,5 pontos porcentuais. Com isso, o Índice de Intenção de Financiamento, um dos indicadores que compõem a pesquisa, atingiu 15,8 pontos, o menor valor já registrado desde o início da série. Quando comparado com o mesmo período do ano passado, a queda é de 34%. De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, os dados indicam vendas de Natal mais fracas, especialmente no setor de bens duráveis, mais dependente de financiamentos.
Crédito
A intenção de contrair dívidas diminuiu, porém o Índice de Segurança de Crédito, outro indicador da PRIE, também recuou neste mês e atingiu 79,3 pontos, resultado 7,8% menor do que o verificado em setembro. Na comparação com outubro do ano passado, a queda foi de 6,6%. Quanto ao indicador que mede a segurança de crédito dos endividados, o resultado foi de 62,3 pontos, variação de -5% em relação a setembro e de -11,4% se comparado com 2014.
Além disso, a proporção de consumidores com aplicação financeira diminuiu 3,3 pontos porcentuais, ao passar de 42,8% em setembro para 39,5%. Para a entidade, esse comportamento sinaliza que as famílias fizeram saques de suas poupanças em outubro, provavelmente em razão do aperto no orçamento decorrente da inflação e da aceleração do desemprego nos últimos meses. Entre os entrevistados, os que mais retiraram recursos de suas aplicações foram os não endividados. Isso mostra que as famílias ainda se mantêm distantes do crédito, mas utilizam cada vez mais as suas reservas para equilibrar as contas. A FecomercioSP salienta que "O quadro é muito ruim neste momento de proximidade do Natal, mas, por outro lado, ainda se vê o comprometimento das famílias em honrar suas dívidas, ainda que com aumento de sacrifício. Todavia, se a crise durar muito mais tempo as reservas irão se esgotar".
Veículo: Jornal DCI