Chuvas no Sudeste contribuíram para manutenção das floradas.
O mês de outubro no mercado internacional do café foi marcado pelo foco no clima para o cinturão cafeeiro do Brasil, em época de floradas com vistas à safra de 2016, e nas oscilações do dólar contra o real. Chuvas sobre o Sudeste, melhorando as condições nas regiões produtoras, pressionaram para baixo as cotações nas bolsas em parte do mês, assim como a falta de umidade no Espírito Santo gerou sustentação ao final de outubro.
De acordo com relatório semanal divulgado pela empresa de consultoria em agronegócio Safras & Mercado, na maior parte das regiões do Sudeste, as chuvas voltaram bem, contribuindo para a abertura e manutenção de floradas. Isso pesa sobre as cotações na bolsa de Nova York, que baliza a comercialização do arábica, gerando expectativa de uma safra melhor ano que vem. Por outro lado, para o robusta, as cotações foram sustentadas pela apreensão com a safra futura do conilon no Espírito Santo, que está sendo ameaçada pelas indicações de escassez hídrica.
Quanto ao dólar, as subidas na moeda americana contra o real causam perdas nos preços na bolsa, gerando expectativa de maior competitividade para as exportações brasileiras. A queda do dólar, naturalmente, garante suporte aos preços futuros nas bolsas. E o dólar variou bastante ao longo das últimas semanas, com o comercial chegando ao dia 29 de outubro com queda de 2,7% no mês.
Balanço - No balanço mensal da bolsa de NY, o contrato dezembro do arábica fechou a quinta-feira (29 de outubro) a 120,30 centavos de dólar por libra-peso, com declínio de 0,9% no mês, já que setembro fechara com esta posição a 121,35 centavos. Em Londres, no mesmo comparativo, o robusta subiu 2,6%, com o contrato janeiro/2016 avançando de US$ 1.564 para US$ 1.605 a tonelada.
No balanço mensal do mercado físico, o arábica bebida boa no sul de Minas Gerais caiu 2%, recuando de R$ 495 a saca do fim de setembro para R$ 485 a saca no final de outubro. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, subiu 3,4%, passando de R$ 348 para R$ 360 a saca no comparativo.
Segundo o analista de Safras & Mercado Gil Barabach, o mercado tende a buscar alguma acomodação enquanto aguarda novidades. “Encontra algum suporte nos estoques mundiais baixos. E os operadores seguem monitorando o clima no Brasil, de olho na safra 2016 e no dólar”, observa.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG