A Buddemeyer, fabricante de artigos de cama, mesa e banho, de São Bento do Sul (SC), espera crescer 10% em 2009, sobre faturamento bruto de R$ 139,26 milhões obtido no ano passado. O diretor Administrativo e Financeiro da empresa, Evandro Muller Castro, afirma que este ano é uma incógnita, pois não se sabe ainda se a crise financeira está chegando ao final. "A contaminação da economia do Brasil pela crise internacional foi até então mitigada pelas boas condições macroeconômicas do País de forma geral", diz Castro. Segundo ele, o quadro poderia ser pior em condições adversas.
Apesar disso, as vendas da Buddemeyer nestes dois primeiros meses foram "muito boas", afirma Castro, sem revelar o percentual de crescimento. "O que não quer dizer que o ano inteiro será assim. Em 2008 tudo vinha muito bem até agosto." A companhia que acaba de concluir investimento de R$ 15,7 milhões em uma nova fiação, anuncia que vai investir mais R$ 6 milhões, em 2009, em modernização. A fiação está operando com 90% de sua capacidade.
No ano passado o faturamento bruto do exercício cresceu 4,31%. Castro afirma que o desempenho da empresa acompanhou a economia que per-deu impulso no último trimestre do ano. Face à demanda do mercado, a produção teve um acréscimo de 6% e ajustada de forma a não resultar em elevação de estoques. "A influência negativa do quadro internacional tornou o exercício atípico." A Buddemeyer também foi afetada pelo fechamento do Porto de Itajaí em consequência das enchentes ocorridas na região. O represamento de produtos contribuiu para a redução das vendas. A Buddemeyer exportou, em 2008, 15% da receita bruta, percentual que vem mantendo nos últimos quatro anos.
A redução do lucro operacional de 7,16% foi influenciada pelas despesas financeiras negativas de R$ 2,83 milhão ante uma receita líquida positiva de R$ 301 mil de 2007 já deduzidos os juros sobre o capital próprio. Este valor negativo teve influência significativa de perdas cambiais, resultado da exposição de financiamentos de longo prazo em moeda estrangeira para imobilizações e, saldos credores de fornecedores de materiais importados.
O Ebitda de 2008 foi de 18,16% sobre a receita líquida sendo o de 2007, 20,97%. "Para uma empresa do setor têxtil está em um bom nível gerando um vigoroso fluxo de caixa primário para fazer frente a investimentos, amortizações, juros, pagamento de dividendos e aumento eventual de capital de giro líquido", diz o diretor. O lucro do exercício, de R$ 14,51 milhões, foi 1,89% superior ao do ano anterior.
Veículo: Gazeta Mercantil