Segundo a Conab, Estado será responsável por produção de até 12,59 milhões/t.
Minas Gerais deverá colher na safra 2015/16 um volume recorde de grãos. Conforme o “Segundo Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos”, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado será responsável por uma produção entre 12 milhões de toneladas a 12,59 milhões de toneladas, o que representará incremento mínimo de 2% e máximo de 6,5%, quando comparado com o ano-safra anterior. O maior destaque será a soja, cuja produção pode crescer até 25,9%.
A área destinada ao cultivo está variando entre uma queda de 3,5% e a estabilidade, com o uso de 3,1 milhões a 3,2 milhões de hectares. O incremento esperado na produtividade é de 6,1%, com um rendimento médio de 3,8 toneladas por hectare.
De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, as expectativas em relação à safra são positivas e as confirmações de produção ainda dependerão do clima. “A última safra recorde registrada em Minas Gerais foi em 2013, com a colheita de 12,1 milhões de toneladas de grãos, caso as estimativas da Conab sejam alcançadas teremos novo recorde na safra 2015/16. O que ainda nos preocupa é que já estamos em novembro e as chuvas ainda estão irregulares, o que vem atrasando o plantio e poderá afetar a produção, por isso acreditamos que os valores podem ser alterados”, explicou Albanez.
O destaque atual é a soja. A área de plantio da oleaginosa no Estado deverá apresentar incremento, variando de 7% a 9,5% quando comparada com a safra anterior, alcançando no máximo 1,4 milhão de hectares. A produção ficará entre 4,3 milhões de toneladas e 4,4 milhões de toneladas, variações positivas de 23% a 25,9% em relação a 2014/15. A produtividade da lavoura, que na safra anterior foi prejudicada pela seca, ficará 15% maior, rendendo em média 3 toneladas por hectares.
O incremento significativo na produção de soja é justificado pela maior competitividade e liquidez, comparativamente às demais culturas de verão. Assim como nos anos anteriores, a tendência é de maior plantio de variedades precoces, o que viabiliza o cultivo sequencial de milho e/ou sorgo no período de safrinha.
“A soja é a aposta dos produtores, quem vêm optando cada vez mais pelo cultivo do milho na segunda safra. A expectativa é muito positiva e, assim como a produção total, a colheita de soja poderá ser recorde”, avalia Albanez.
De acordo com os dados divulgados pelos técnicos da Conab, o plantio da soja em Minas segue atrasado, em decorrência das poucas chuvas, e deve se estender até dezembro. Até mesmo nas áreas de pivô, onde existe restrição de água e alto custo da irrigação, o plantio segue abaixo da média para o período.
Já a produção de feijão, em Minas Gerais, segundo maior produtor do grão da primeira safra, atrás do Paraná, sinaliza redução da área plantada na ordem 1% em comparação com a safra passada, com o uso de 157 mil a 159 mil hectares. De acordo com os pesquisadores da Conab, embora com preços remuneradores, na faixa de R$ 130 a R$ 140 por saca de 60 quilos, os produtores têm optado por outras culturas mais rentáveis e de menor risco climático como o milho e soja.
A produtividade média estimada é de 1,1 tonelada por hectare, 11,7% superior à safra passada. A produção deve ficar entre 162,5 mil e 170,8 mil toneladas, alta de 10,6% a 11,7%. As condições climáticas ainda não viabilizaram o plantio, que deve ocorrer entre final de outubro e dezembro.
Milho - Ainda segundo os técnicos da Conab, para a lavoura de milho de primeira safra prevalece a tendência observada nos últimos anos, de recuo da cultura, que deve perder espaço para a soja. Os motivos mais citados para a migração do cereal para a soja são a menor rentabilidade, os altos custos e maior risco de produção. Por outro lado, a melhoria dos preços do grão nas últimas semanas pode influenciar alguns produtores que ainda não tomaram a decisão de investir na cultura.
Em Minas, onde ocorre a segunda maior área plantada com o milho primeira safra nesta temporada, atrás apenas do Paraná, as informações preliminares sinalizam tendência de redução de 11% a 18% na área de plantio do milho na safra de verão, que pode ficar entre 838,4 mil hectares e 909,9 mil hectares. A produção esperada é varia entre o mínimo de 4,9 milhões e o máximo de 5,3 milhões de toneladas, queda de 10% e 2,4% respectivamente.
No relatório, a Conab enfatiza que é possível que a retração no plantio de milho se mostre ainda maior nos próximos levantamentos, quando a intenção dos produtores estará mais bem definida. O plantio deve ocorrer entre o final de outubro e o mês de dezembro, tão logo se consolide o período chuvoso.
Já a produção de algodão em caroço pode ficar até 4,6% maior no atual período, com a colheita estimada no máximo em 70,8 mil toneladas. A área de cultivo esta próxima a 19 mil hectares, mesmo espaço utilizado na safra anterior. Para este ano safra, é esperada recuperação da produtividade com a colheita de 3,7 toneladas por hectare, aumento de 3,4%.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG