Fabricante adotou novas estratégias para tentar driblar a desaceleração do consumo na categoria. Uma das alternativas foi a troca das embalagens de lata do produto natalino por caixas neste ano.
A Arcor adotou uma estratégia diferente para driblar a maior pressão sobre a demanda por panetones. Sem sinais de melhora do ritmo de vendas para o último mês do ano, a fabricante está trabalhando com preços menores na linha de panetones licenciados.
"Para as licenças de times [de futebol], este ano viemos com uma proposta 30% menor em preço. Para as demais linhas, temos a previsão de aumento projetado em torno de 8%, basicamente trata-se de repasse dos aumentos dos custos", explica o gerente de marketing de biscoitos Arcor do Brasil, Anderson Freire.
O executivo conta que, para este Natal, a fabricante mudou também a embalagem das linhas de licenciados para versões de menor custo. Agora os produtos vêm em caixas de papel similares às linhas regulares e não mais em embalagens de lata.
Na Pandurata, umas das principais concorrentes da Arcor, as embalagens de lata foram mantidas este ano nas marcas Bauducco e Visconti, mas a maior parte do portfólio de panetones da empresa ainda é composto por produtos em embalagens de caixa. A líder no segmento Pandurata não trabalha com licenciamento em panetones.
Já a Village, outra concorrente na categoria, trabalha com licenciados infantis na linha de Natal, estratégia similar é aplicada na Páscoa.
"A concorrência sempre foi muito acirrada e este ano não será diferente. Nossa principal aposta para este ano é a linha premium e o grande lançamento que é o sabor sonho, todos com 550 gramas, perfeitos para presentear", destaca o gerente da Arcor.
A expectativa da empresa é parecida com a das concorrentes, que esperam um impulso adicional nas vendas devido a busca produto como uma opção de presente neste Natal.
De acordo com a consultoria Nielsen, a venda de panetones teve alta de 8,7% em volume e 10,7% em valor no ano passado, mesmo com a desaceleração do consumo das famílias. Naquele ano, a Serasa Experian apurou que as vendas na data como um todo recuaram 1,7% em comparação com 2013.
Freire revela que um dos principais objetivos da empresa é consolidar a linha de panetones recheados da empresa e a precificação é um dos principais pontos dessa estratégia.
"Queremos trazer propostas muito atrativas a um preço competitivo", complementa.
A ampliação da presença no varejo também é lembrada pelo executivo como parte das ações previstas para o período.
Expectativa
As ações da fabricante, entretanto, não devem ser suficientes para aumentar o volume de encomendas frente ao ano passado. De acordo com Freire, as vendas devem ficar em linha com o Natal de 2015.
"A produção [dos panetones] termina no início de outubro. Mas, trabalhamos com diferentes cenários [de demanda]", conta o gerente da Arcor. Pela previsão inicial, este ano, serão produzidas aproximadamente 3 milhões de unidades de panetones.
Segundo ele, para o estado de São Paulo, a Arcor tem concentrado esforços nos panetones da marca Triunfo. Já a marca Aymoré tem Minas Gerais como principal mercado.
Veículo: Jornal DCI