Associação de produtores pretende expandir atuação no mercado internaciona.
Os investimentos nos tratos culturais, nas certificações e na qualidade dos limões estão trazendo bons resultados para os fruticultores da Associação dos Produtores de Limão do Jaíba (Aslim), no Norte de Minas. Somente em 2015, a produção de limão na região ficará cerca de 30% maior, quando comparado com o ano anterior. Os bons resultados servem de base para novos projetos de investimentos, como a ampliação do galpão exportador e no projeto futuro de uma agroindústria para a produção de óleo essencial.
“Queremos expandir nossa atuação no mercado internacional, por isso vamos investir na ampliação do galpão. Para o futuro, nosso sonho é a construção de uma indústria para a fabricação de óleo essencial, produto que é muito utilizado na produção de cosméticos. É mais uma forma de agregar valor à nossa produção e aproveitar as frutas que são descartadas quando a qualidade não atende nossos padrões ou quando temos uma supersafra”, explica o presidente da Aslim, Randolfo Diniz Rabelo Rabelo.
Em relação ao mercado, os preços pagos pelo limão ao longo desde ano têm sido remunerativos. A lucratividade se deve à menor oferta do produto no mercado nacional, o que foi provocado pela redução da participação de pequenos produtores e doenças registradas nos pomares, principalmente de São Paulo.
“Os pequenos produtores ficaram desestimulados com os preços baixos pagos pelo limão até 2013 e com os gastos necessários para o combate de doenças, como a mancha negra, por isso, nos últimos anos, muitos abandonaram a produção. A redução do número de produtores em Minas Gerais e em São Paulo afetou a safra nacional, que está menor, fator que vem contribuindo para que os preços pagos pela fruta fiquem em patamares mais rentáveis”, ressalta.
Apesar da redução dos pequenos produtores na atividade, a produção de limão na Aslim deve encerrar o ano com alta de 30%, o que vem sendo alcançado pelos tratos culturais adequados e o uso da irrigação, tecnologia que minimizou os efeitos provocados pela estiagem prolongada. Somente neste ano a expectativa é colher entre 11 mil e 12 mil toneladas de limão.
Demanda - Outro fator que vem estimulando os preços é a demanda crescente do mercado mundial pelo limão produzido em Minas Gerais, isso pela associação investir na certificação da fruta. A Aslim conquistou nos últimos anos a certificação Internacional Global Gap (Eurepgap 2006), que é renovado todo ano, e a Ethical certificação de responsabilidade social. A expectativa é, em breve, conquistar também a Fairtrade (Comércio Justo).
De acordo com Rabelo, as exportações mineiras são crescentes e feitas pelas trades instaladas em Minas Gerais e São Paulo. O representante da Aslim estima que da produção total da associação entre 37% e 38% têm como destino o mercado internacional. A fruta embarcada possui qualidade diferenciada e atende a mercados mais exigentes como a Europa e o Oriente Médio.
A exportação é uma opção mais lucrativa e também uma forma de manter a oferta no mercado interno mais equilibrada. Por exigir uma qualidade superior, o mercado internacional paga até 70% a mais pelo limão”.
Uma expansão mais significativa nos embarques esbarra em antigos gargalos, como a infraestrutura precária do País, a má conservação das rodovias e a falta de investimentos em novas rotas para facilitar o escoamento da produção até os portos. Além disso, por ser um produto perecível, os custos com os embarques são mais altos, assim como o risco da atividade.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG