A empresa indiana UPL propôs ontem à ministra da Agricultura, Kátia Abreu, um acordo de cooperação com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com objetivo de estimular a produção no Brasil dos chamados pulses - leguminosas em grãos, como grão de bico, lentilha e feijão.
A Índia importa anualmente 3,6 milhões de toneladas desses grãos e tem expectativa de chegar a 10 milhões em cinco anos. A proposta da UPL, que foi bem recebida pela ministra e pelo presidente da Embrapa, Mauricio Lopes, é desenvolver um programa de estímulo à produção de pulses, a fim de que produtores e empresas brasileiras ganhem capacidade de exportar para a Índia.
A reunião com os representantes da UPL ocorreu em Nova Deli e fez parte da agenda que a ministra cumpre na Ásia para ampliar mercados e atrair investimentos estrangeiros ao Brasil. A delegação já esteve na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes e ainda passará pela China.
O governo indiano prevê que o consumo das leguminosas em grãos na Índia vai explodir nos próximos anos, e poucos países têm condições de suprir a demanda crescente da segunda nação mais populosa do mundo. Atualmente, o país importa pulses de países como Canadá e Austrália.
O presidente da Embrapa afirmou que o Brasil já cultiva grande quantidade dessas leguminosas, principalmente feijão comum e feijão-caupi, mas há potencial para incrementar a produção.
"Existe um potencial de melhoramento genético e de adaptação de variedades indianas que podem ser produzidas no Brasil, ajudando a avançar com maior rapidez para atender a esse grande déficit que existe no mercado indiano", explicou Maurício Lopes.
Veículo: Jornal DCI