Estudo divulgado nesta terça-feira traça um perfil do consumidor online no Brasil e outros países.
Pelo menos 67% dos internautas do Brasil fizeram compras pela internet nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados pela pesquisa PayPal/Ipsos nesta terça-feira. O estudo traça o perfil do consumidor online no Brasil e em outros 28 países.
Semelhante ao dado obtido pela mesma pesquisa em 2014, quando o número foi de 70%, o estudo indica que o hábito de comprar pela internet está consolidado entre os internautas brasileiros. O número de 2015 é o mesmo de países como Austrália e Espanha, e se aproxima do gigante consumidor Estados Unidos (70%), da França e da Itália (ambas com 71%). O país onde os internautas mais compram online, segundo a pesquisa, é a China, com 81%.
— Sem dúvida, estamos muito próximos de países onde esse hábito é disseminado há mais tempo. Mas, aparentemente, chegamos a um ponto em que os consumidores não tentaram (comprar online) não estão tão dispostos a tentar, a menos que haja um grande incentivo para isso. Até porque o cenário econômico não é favorável — analisa Renato Pelissaro, diretor de marketing do PayPal para a América Latina.
Os produtos mais adquiridos pelos brasileiros na internet são itens de vestuário (61%), seguidos de eletrônicos (57%) e itens de entretenimento e educação, como e-books, aplicativos e arquivos digitais de músicas e filmes (48%). Apesar disso, acredita Pelissaro, serviços até então presentes apenas offline que têm migrado para a web podem ser o principal gatilho para encorajar novos compradores.
— Se você parar para pensar, dois anos atrás, quem pedia um táxi por aplicativo? Esse era um movimento da economia offline que gira muito dinheiro, e que migrou boa parte dele para transações online. É um mercado completamente novo, e que pode vir a trazer novos consumidores — avalia.
Apesar da crise, brasileiros estão comprando mais em sites do Exterior
Quase metade dos brasileiros que contaram ter comprado online nos últimos 12 meses fizeram pelo menos uma compra em sites estrangeiros. Destes, um dado chama mais atenção: 23% disseram realizar mais da metade de suas compras em páginas do Exterior. O número é quase cinco vezes maior do que o registrado em 2014: 5%.
— As compras reincidentes no Exterior aumentaram de forma significativa, principalmente nos sites da China. Acreditamos que é porque, mesmo com o dólar alto, eles têm valores muito competitivos. Quando as pessoas veem que funciona, que o produto foi entregue, elas ganham confiança e voltam a comprar nesse varejo — comenta Renato Pelissaro.
Segundo o executivo, somente nos últimos 12 meses, os brasileiros gastaram, pela internet R$ 9,5 bilhões em compras em sites norte-americanos e R$ 3,3 bilhões em sites chineses. Os produtos mais adquiridos acompanharam o movimento do público brasileiro na web em geral: itens de vestuário (52%), seguidos de eletrônicos (38%) e itens de entretenimento e educação, como e-books, aplicativos e arquivos digitais de músicas e filmes (36%).
Os principais inibidores apontados pelos internautas para as compras em sites do Exterior, segundo a pesquisa, são as taxas (frete e impostos), a variação do câmbio e preocupações com a entrega, como o risco de o produto não chegar no prazo:
— As barreiras estão lá. A questão é que as pessoas estão conseguindo superá-las para experimentar e, uma vez que deu certo, voltam a fazer essa compra. A recorrência é grande.
Ao todo, mais de 23 mil internautas de 29 países participaram do estudo, respondido via PC, notebook, tablet ou smartphone. No Brasil, a amostragem contou com 800 pessoas, com idades a partir de 18 anos, e foi realizada entre 23 de setembro e 5 de outubro de 2015.
Veículo: Jornal Zero Hora - RS