Realidade brasileira necessita operar em torno de soluções e pensamento estratégico.
A realidade brasileira exige uma reflexão profunda no que diz respeito à cadeia de transportes do País. A área de logística, por exemplo, precisa de uma melhor adequação em torno dos déficits e das novas demandas, cujas reformas seriam possíveis se o pensamento fosse embasado em soluções estratégicas, a fim de ampliar a infraestrutura e garantir o avanço desse mercado. Pensando em uma proposta que englobasse o real cenário do País, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) apresentou recentemente o Plano CNT de Transporte e Logística. Esse documento prevê, além do investimento aproximado de R$ 1 trilhão para a modernização dos transportes no País, mais de dois mil projetos prioritários que visam amparar a infraestrutura, em nível nacional.
Vale mencionar que esse arquivo traz à tona uma significativa redução do investimento público em infraestrutura de transporte nas últimas décadas, de 1,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 1970 para 0,3% em 2013. No último ano, dos R$ 19,1 bilhões aprovados para serem investidos na infraestrutura de transporte, apenas R$ 13,5 bilhões foram efetivamente pagos.
Todavia, a questão não incide apenas sobre os recursos aplicados, mas também envolve a garantia da qualidade da infraestrutura implantada, tanto por investimento público quanto privado. Sob uma perspectiva geral, um dos pontos críticos do setor é justamente a falta de planejamento para uma gestão eficiente dos recursos, serviços e execução de obras destinadas à melhoria do sistema de transporte brasileiro. Além disso, é válido repensar sobre algumas medidas que poderiam reduzir a burocracia no segmento, o que aprimoraria os custos e aumentaria a produtividade.
O Fórum Econômico Mundial elaborou um ranking que avaliou a qualidade da infraestrutura do transporte em 144 países do mundo. Referente ao Brasil, os dados são alarmantes: as ferrovias ocupam a 95ª posição, enquanto o transporte aéreo está em 113º lugar.
Sobre os portos e rodovias, há um empate e ambos estão no 122º lugar.
Considerando que o Brasil utiliza, fundamentalmente, as rodovias para o transporte de cargas, o que abrange cerca de 60% do total dos custos logísticos, torna-se primordial uma avaliação detalhada dos volumes a serem transportados. Para isso, a cadeia logística se coloca como base para a análise, uma vez que essa avaliação permite gerenciar os modais, o percurso do transporte e até mesmo as limitações dos fornecedores ou necessidades específicas de cada um dos clientes.
A infraestrutura do transporte no Brasil é uma questão que ganha ainda mais visibilidade e importância de reflexão nesta etapa final do processo eleitoral.
Cabe, portanto, principalmente aos gestores do trade, governo e instituições, repensarem as falhas, definirem melhor as soluções e organizarem as estratégias e prioridades, com o objetivo único de aperfeiçoar toda a cadeia nacional de transporte e logística.
Veículo: Jornal DCI