Cenário tem provocado nos empresários menos "apetite" para comprar brindes de final de ano.
Tradicionais presentes de fim de ano, as cestas de Natal podem vir um pouco mais magras em 2015. Depois de um ano marcado por crise econômica e demissões, muitas empresas que normalmente presenteiam seus funcionários com essa opção estão mais cautelosas. Empresários que atuam no segmento de cestas em Belo Horizonte e região afirmam que os clientes estão pesquisando mais os preços e optando por produtos mais em conta, mas, por outro lado, não estão deixando de presentear.
Localizada na avenida dos Andradas, no centro da Capital, a Aliança Distribuidora de Alimentos atua no segmento de cestas básicas, mas no fim do ano também oferece cestas de Natal. A empresa se preparou para um fim de ano menos otimista em 2015, produzindo um terço do que vendeu no ano passado. “Em 2014, vendemos cerca de 3 mil cestas mas, neste Natal, produzimos apenas mil, que é o que a gente imagina que vai vender. Por causa da crise decidimos não estocar muito”, afirma a gerente, Marilene Pereira da Silva.
Segundo ela, os clientes estão mais cautelosos este ano, analisando muito os preços e pesando na balança qual presente compensa mais. “Empresas que no ano passado compravam uma cesta melhor, este ano estão optando por outras, de valores mais baixos, ou até se questionando se vale mais a pena dar uma gratificação em dinheiro ou uma festa coletiva”, afirma.
Ainda assim, as vendas continuam na empresa, que espera acabar com seu estoque de mil unidades. De acordo com a gerente, a Aliança oferece 13 tipos de cestas, cujos preços variam de R$ 32,90 a R$ 499. No mix, bebidas como vinho, espumante e uísque, além de panetone, doces e macarrão.
Mudanças - Na BH Flores Cestas e Presentes, que fica no bairro Pompeia, região Leste de Belo Horizonte, o perfil de compra dos clientes também mudou este ano. Segundo o proprietário, João Lucas Quadros de Melo, na pesquisa de preço eles demonstram nítida preocupação com o quesito valor. “Eles estão mais seletivos, procurando o mais barato e às vezes já ligam com um limite de orçamento, perguntando quais são as opções de cestas até determinado valor”, afirma.
Ele explica que seu carro-chefe durante o ano são as flores e as cestas de café da manhã, mas no fim do ano sempre oferece as cestas de Natal, que acabam tendo uma boa demanda. Segundo ele, a venda de cestas de Natal na empresa representa 5% do faturamento anual e 20% da receita de dezembro. A BH Flores oferece 20 tipos de cestas, que custam entre R$ 50 e R$ 600. De acordo com Melo, a diferença está na quantidade de itens e no estilo da cesta. De acordo com ele há cestas mais básicas com produtos como suco, gelatina, macarrão e doces, mas há outras opções com produtos mais caros, como vinho e chocolate.
O ano de crise também já trouxe alguns reflexos negativos para o empório Casa da Serra, que fica no bairro Serra, região Centro-Sul da Capital. A proprietária, Berenice Diniz Matos Guimarães, afirma que algumas grandes empresas diminuíram a quantidade de cestas encomendadas, talvez porque também reduziram o quadro de funcionários. Mas, por outro lado, ela percebeu uma mudança positiva: os clientes se programaram com mais antecedência este ano e começaram a fazer os pedidos um mês antes que em anos anteriores.
“Este ano tivemos mais cautela por causa da crise, mas o resultado tem sido melhor do que eu esperava. Os clientes estão pesquisando e comprando mais cedo, planejando melhor sua compra, para evitar compras em cima da hora, não encontrar estoque e pagar mais caro”, afirma. Ela destaca que essa foi uma boa mudança porque permite o empório trabalhar a logística de forma organizada.
A proprietária acredita que, mesmo em tempos difíceis, a aposta na cesta de Natal é importante para o empório. “As pessoas sempre presenteiam, mesmo que seja com algo mais simples”, analisa. E justamente pensando nos diferentes bolsos, que o empório oferece quatro tipos de cestas de vime, além dos formatos baú e champanheira. Os produtos custam entre R$ 53,90 e R$ 949. Até o momento, a Casa da Serra já vendeu cerca de 800 unidades, mas a proprietária afirma que esse número ainda deve aumentar bastante, já que o pico de vendas de cestas é na última semana antes do Natal.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG