Os sinos de Natal não vão badalar com a mesma intensidade dos anos anteriores no comércio varejista. Em meio a um cenário que mistura juros altos, desemprego crescente e inflação superior a 10% em 2015, o brasileiro deve economizar nas compras. Pesquisa da Fecomércio RJ/Ipsos mostra que os gastos com presentes serão de R$ 138,47, em média, contra R$ 223,83 no ano passado. Mesmo assim, 53% dos entrevistados pretendem presentear alguém no Natal. Esse percentual corresponde a 77 milhões de clientes e representa uma injeção de R$ 10,6 bilhões na receita do comércio.
As redes varejistas sabem que o consumidor não abre mão das compras de Natal, mas será mais cauteloso. Assim, a estratégia das empresas é combinar opções exclusivas de presente com preços acessíveis. As franquias saíram na frente com produtos lançados especialmente para a data. É o caso da rede O Boticário, que lançou 23 kits-presente, com preços que variam de R$ 29,99 a R$ 229. Um dos destaques é o Kit Lily. Além do eau de parfum e do hidratante corporal, a novidade inclui um hair mist (perfume para os cabelos) e creme para as mãos.
Inaugurada em 1977, em Curitiba, a empresa tem hoje a maior rede franqueada de cosméticos do Brasil. São mais de 1.100 itens, entre maquiagem, perfumaria e cuidados pessoais. O Boticário conta hoje com 3.710 pontos de vendas em cerca de 1.750 cidades e mais de 900 franqueados. Para o empreendedor, o investimento inicial é de R$ 250 mil (sem taxa de franquia). O faturamento médio de cada unidade é de R$ 70 mil mensais, com prazo médio de retorno entre 18 e 36 meses.
Outra marca tradicional do varejo que aposta suas fichas no Natal é a Havanna. Fundada em 1947, na cidade litorânea de Mar Del Plata, na Argentina, ela é hoje um dos símbolos do alfajor, doce tradicional feito de massa, camadas de doce de leite e coberto por chocolate ou merengue. Com 274 lojas espalhadas pelo mundo, a Havanna desembarcou no Brasil em 2006, com a abertura de cafés e quiosques em São Paulo e Curitiba.
Em outubro do ano passado, a marca iniciou um processo de expansão por meio de franquias. Hoje conta com 41 lojas, sendo 22 próprias e 19 franqueadas. Para o Natal, a grande aposta são os panettones recheados com doce de leite nos sabores coco ou damasco. O mix de produtos inclui ainda o Panettone com gotas de chocolate, o Mini Panettone Havanna Limone (massa lisa úmida e recheio de limão) e o Pan Dulce Genovês, com cobertura de amêndoas e recheio de uvas passas, damasco e ameixa.
A Havanna tem três modelos de franquia: Quiosque Seco, Café Quiosque e cafeteria completa (loja). O investimento inicial varia de R$ 90 mil a R$ 330 mil, valores que incluem custos de instalação e taxa de franquia. A empresa cobra royalties de 5% e taxa de marketing de 2%. O faturamento médio chega a R$ 150 mil (cafeteria), com prazo de retorno em 36 meses.
E se não há Natal sem brinquedos para as crianças, a Zastras parece ter encontrado a fórmula para driblar a crise. As lojas da rede são espaços lúdicos, onde os pais encontram produtos de qualidade e diversão para os filhos. O mix de produtos inclui não apenas brinquedos educativos, como também livros, artigos de puericultura, moda baby, games e colecionáveis.
Fundada em 2007, a Zastras reúne hoje 35 lojas e planeja abrir outras 15 nos próximos dois anos. A expectativa para este ano é de um crescimento entre 10% e 15%. Essa previsão vem ancorada em estratégias criativas. O franqueado Claudio Dalcir Costa de Castro, por exemplo, adotou um sistema de entregas em Niterói, que já responde por 30% de suas vendas. O tíquete médio em sua loja varia de R$ 150 a R$ 200 nesta época do ano.
“Comecei a entregar brinquedos em agosto e a notícia se espalhou através da propaganda boca a boca. Muitas mães pedem para levar um brinquedo até a escola do filho, onde há uma festa de aniversário”, explica.
Entre os mais pedidos pela garotada estão os carrinhos da linha Hot Wheels e o tabuleiro de Dedobol. As lojas da Zastras ocupam área de 50 a 100 metros quadrados. Para o franqueado, o investimento inicial sai a partir de R$ 250 mil, com faturamento estimado de até R$ 100 mil. O prazo de retorno do investimento é de 24 a 36 meses.
Veículo: Jornal O Globo - RJ