Abacate subiu 82% este ano, e inhame, 44%. Nutricionistas indicam alternativas.
Com a inflação prestes a superar os 10% este ano — o que não ocorre desde 2003 — ficar em forma para o próximo verão vai exigir um grande esforço... do bolso. Muitos “queridinhos” da dieta estão com preços nas alturas. O abacate já subiu 82% este ano. O inhame, tubérculo nutritivo e muito recomendado por nutricionistas, teve alta de 44%.
Segundo André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, os alimentos in natura subiram muito este ano devido à falta de chuvas e à alta do dólar. Além do inhame, outros tubérculos e legumes subiram mais de 20%. É o caso de quiabo (25%), tomate (32%), couve-flor (27%) e batata-baroa (28%). Nas frutas, pera (31%), tangerina (28%) e manga (26%) despontam como as que mais encareceram após o abacate.
Para a chef e nutricionista Neka Menna Barreto — apresentadora do programa “Fome de quê?”, do Discovery Mulher — o abacate tem propriedades únicas que são difíceis de serem substituídas. Mas, o segredo para não gastar tanto é congelá-lo e dividi-lo em até dez porções.
Já o inhame, a batata-inglesa e a batata-baroa, segundo a nutricionista, podem ser perfeitamente trocados por cará, mandioca ou batata-doce. O tomate também pode ser substituído por berinjela ou melancia. Já a couve-flor pode ser trocada por brócolis; e a pera, por caju ou seriguela.
Para a nutricionista Camila Monteiro Ferraiuolo, a receita para não gastar além da conta é optar por alimentos que estão no período de safra. Ela destaca que, além de serem encontrados a preços mais baixos, eles têm menor teor de agrotóxico e maior valor nutricional. Ela dá outras opções:
— O inhame pode ser substituído por cenoura; o abacate, em alguns momentos, pode ser trocado por castanhas e nozes; tangerina por laranja pera; e manga por abacaxi.
Algumas as frutas da safra de dezembro devem aparecer com um preço mais em conta, como abacaxi, acerola, maçã fuji, ameixa, coco verde, laranja pera e melancia. Já entre os legumes e verduras que dão o ar da graça neste mês estão cenoura, pimentão e vagem.
A boa notícia é que, segundo o economista André Perfeito, os preços dos produtos in natura devem subir menos em 2016:
— Com o aumento das chuvas e o câmbio, que tende a ficar mais confortável, os preços não devem ter mais aumento tão expressivo.
Veículo: Jornal O Globo - RJ