O Indicador Expectativa do Consumidor subiu, desde o início do ano, 3,8 pontos percentuais, chegando a 11% em dezembro, com alta de 0,9 ponto percentual em relação a novembro e atingindo novo recorde na série histórica iniciada em setembro de 2005. Em janeiro, a expectativa de inflação era 7,4%.
Divulgado hoje (22) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), o indicador mostra inflação mediana prevista pelos consumidores brasileiros para os 12 meses seguintes.
Na avaliação do economista do Ibre Pedro Costa Ferreira, a alta é reflexo do resultado do IPCA de 2015, a inflação oficial do país, cuja prévia - o IPCA Especial -, divulgada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou o ano com elevação de 10,71%, o resultado mais elevado desde os 11,99% de dezembro de 2012.
Costa Ferreira ressaltou o fato de que o resultado reflete “piora significativa”, como ocorre em uma cenário de crescimento negativo do Produto Interno Bruto – O PIB, a soma de todas os bens e serviços produzidos no país, e de juros elevados.
“Se compararmos ao início do ano, observamos um aumento de 3,8 pontos percentuais das expectativas de inflação, em um ano com crescimento negativo do PIB e taxa Selic elevada. Entre os fatores que podem estar causando maior impacto sobre as expectativas estão o IPCA de 2015, em torno de 10%, e o sentimento de perda de renda dos consumidores”.
Para o economista, “não se pode esperar que a tendência se altere nos próximos meses, mas, com o aprofundamento da crise, é possível que as expectativas se estabilizem ao longo de 2016”.
O boletim da FGV ressalta ainda que em dezembro, pela primeira vez desde março passado, houve um descolamento de expectativas entre as diferentes faixas de renda pesquisadas. A faixa mais baixa apresenta elevação bem superior às demais - ao passar de 10,1% em novembro para 11,6% em dezembro – alta de 1,5 ponto percentual.
Para 35,5% dos entrevistados pelo técnicos, a inflação nos próximos 12 meses deverá ficar entre 10% e 12% - o que acontece pela primeira vez. Em novembro, 26,6% apostavam nesse índice. A frequência relativa de respostas dos que acreditam em uma inflação futura acima de 12% também aumentou, passando de 17% do total em novembro para 21,3% em dezembro.
Veículo: Site Agência Brasil