Setor energético acredita que 2016 será mais favorável

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                                                                                             Período chuvoso promete ser mais intenso.

Depois de um ano difícil, o setor energético nacional poderá ter uma pequena trégua em 2016, uma vez que tudo indica que este período chuvoso será melhor do que o anterior e os reservatórios das hidrelétricas já estão em níveis mais satisfatórios. Além disso, é esperado que seja necessária uma menor geração de energia e que os preços comecem a recuar, muito em função também da demanda em baixa, fruto de uma economia desaquecida.
 
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste entraram o mês de dezembro em 28,95%. No mesmo período do ano passado, estavam em 19,35%. Isso significa que este período chuvoso começou com uma situação mais confortável do que o anterior.
 
Com os reservatórios em melhores condições, os preços no mercado livre de energia já estão caindo. Para a última semana de dezembro, o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) do Sudeste ficou em R$ 140,15, conforme divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No mesmo período de 2014, ele estava em R$ 199,57, o que equivale a uma diferença de 29,7%.
 
“O PLD é muito sensível às vazões. E as projeções para esse período chuvoso estão mais positivas do que no anterior. Por isso, podemos esperar preços mais atrativos no mercado livre em 2016”, afirma o consultor da LPS Consultoria Energética, Fernando Umbria.
 
Além do melhor nível dos reservatórios, o sistema também terá influência da menor demanda. O CEO da América Energia, que também é diretor de Economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Andrew Storfer, explica que a baixa na atividade econômica colabora com a oferta de energia. “O consumo industrial, principalmente, teve uma queda sensível. Então, os reservatórios tendem a ficar em uma situação mais confortável”, afirma.
 
Além da menor carga industrial, houve uma retração no consumo residencial. Nesse caso motivada pela alta dos preços. “O fato de o governo abandonar a política populista, quando deixava a energia com preços mais baixos do que o necessário, foi muito positivo. Porque as pessoas começaram a economizar”, afirma Storfer.
 
Já levando em conta esses dados, a ONS divulgou neste mês uma previsão de geração menor até 2019. Em 2016, por exemplo, era esperada uma carga de 65,5 mil megawatt médio (MWm). Agora, o aguardado é algo próximo de 64,5 mil MWm, ou seja: uma queda de 1,6%. Em 2017, a expectativa também caiu 1,6%, passando de 67,97 mil MWm para 66,89 mil MWm.
 
Como a redução do preço acontece de forma imediata no mercado livre, movimento que não ocorre no cativo, várias empresas estão migrando para o ambiente livre de negociação. “É fato que o mercado livre está ficando mais movimentado com a baixa dos preços. Só é uma pena não ser uma migração com o intuito de se produzir mais. É apenas para economizar mesmo. Digamos que é mais defensiva do que proativa”, afirma o diretor da CMU Comercializadora de Energia, Walter Luiz de Oliveira Fróes.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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