A pujança da produção agropecuária tem sido o principal motor para que as companhias não desistam de investir no Brasil. Em meio a tantos riscos climáticos, econômicos e políticos, a produtividade do setor cresce, em média, 4% ao ano e segue em ascensão.
Em 2015, a multinacional norte-americana Monsanto destinou um aporte de US$ 150 milhões para o município pernambucano de Petrolina, em busca de melhoria tecnológica para a lavoura. Outras cidades também continuam no radar da empresa, todas com a aposta na semente transgênica de soja Intacta, com amplo desenvolvimento na América do Sul.
"Seguramente vamos continuar investindo no Brasil porque nossa visão é de médio e longo prazo", afirma o CEO da Monsanto para o Brasil e América do Sul, Rodrigo Santos, quando questionado sobre a atual crise.
Outro mote para a companhia é o fornecimento técnicas que proporcionem análises cada vez mais aprofundadas da lavoura, por meio da agricultura digital. Segundo o executivo, a adoção deste tipo de sistema foi o principal investimento que a empresa fez no Brasil e no mundo.
Tecnologia agrícola
Todas estas inovações decorrentes da pesquisa e a adoção de novas tecnologias agrícolas foram os fatores que contribuíram para resultados que colocaram o País em posição de destaque diante de competidores no mercado internacional de alimentos.
A Monsanto é apenas um exemplo das companhias que devem manter suas apostas no Brasil, embasadas na produtividade da terra.
Aqui, o crescimento da produtividade agropecuária é superior à média mundial, que tem avançado 1,84% ao ano, analisa o coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, em nota. A avaliação que cita um incremento anual de 4% às lavouras nacionais vem de um estudo realizado pela pasta em parceria com pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e do Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ERS/USDA), no período de 1975 a 2014.
A viabilização da segunda safra de verão, conhecida também como safrinha; a resistência genética às principais doenças além de práticas sustentáveis como o plantio direto na palha são alguns dos últimos desenvolvimentos.
Ao longo do período analisado, constatou-se acentuada mudança na composição da produção. Diversos produtos como café, arroz, milho, carne bovina e suína, perderam participação no valor total, enquanto outros ganharam participação, como frutas, cana-de-açúcar, soja, leite, ovos, carne de frango e laranja.
"Essa mudança trouxe aumento do valor agregado com a maior incorporação de tecnologia. Mesmo produtos considerados tradicionais, como soja e milho, quanto ao sistema de produção passaram a incorporar novo conteúdo tecnológico", informa a nota.
O deslocamento para o Centro-Oeste também colaborou para avanço em grandes áreas.
Veículo: Jornal DCI