Pecuária está em franca expansão em Minas.
Após uma sequência de três resultados mensais negativos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio de Minas Gerais encerrou setembro com pequena elevação de 0,05%. Com o resultado, a renda do agronegócio mineiro estimada para 2015 foi de R$ 164,887 bilhões.
No acumulado dos primeiros nove meses de 2015, a projeção do PIB ficou 0,7% maior, quando comparado com 2014. A participação de Minas Gerais na composição do PIB brasileiro do agronegócio está em 13,31%, leve alta em relação a 2014, quando o índice era de 13,15%.
De acordo com o superintendente de Política e Economia da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, o crescimento do PIB do agronegócio, ainda que pequeno, é bem significativo quando levado em conta o atual cenário econômico.
“Em um cenário em que a economia do País está recuando cerca de 3,5%, o crescimento acumulado até setembro, 0,7%, é muito positivo já que o setor envolve desde o segmento básico até a indústria. Neste período, destacamos a pecuária que vem se consolidando a cada ano e superando os resultados da agricultura. A tendência para os últimos três meses de 2015 é de manutenção do índice de crescimento atual”, explicou Albanez.
Segundo os dados do Cepea, do valor total do PIB do agronegócio estadual, R$ 164,887 milhões, a pecuária responde por R$ 88,322 bilhões ou 53,56%. Para o ramo pecuário, o estudo apontou crescimento de 0,77% no ano e queda de 0,39% em setembro.
Nos nove primeiros meses de 2015, foram verificadas altas em três segmentos da pecuária: insumos (0,22%), serviços (1,41%) e indústria (4,95%). Somente o segmento básico apresentou queda 0,12%.
Básico - O segmento básico da pecuária, apresentou retração de 0,51% em setembro, com o preço médio ponderado 4,07% maior que o de mesmo período de 2014 e retração de 3,17% na expectativa de produção para o ano. Dentre os produtos, vacas e frangos apresentaram evolução positiva em faturamento, de 11,34% e 7,79%, respectivamente. Bois, leite, ovos e suínos retraíram 2,36%, 5,39%, 1,81% e 6,20%.
Com relação a bovinos, em Minas Gerais os preços reais para o boi acumulam alta de 14,26% no ano e, para vacas, de 13,81% no ano. Segundo pesquisadores do Cepea, a oferta de animais para abate é menor, o que vem sustentando as cotações da arroba.
Na atividade leiteira, a produção cresceu 6,9% no ano e os valores acumulam queda de 11,5% em setembro. No mercado de suínos, os preços retraíram 7,49% no ano, em função de uma produção 1,39% maior.
A produção mineira de frango aumentou 6,5% e o preço médio 1,21%. O preço mais competitivo frente as demais carnes contribuiu para uma demanda maior, o que impediu a retração dos valores devido a um maior volume produtivo.
Agricultura - A produção agrícola em Minas Gerais é responsável pela geração de 46,44% do PIB do agronegócio estadual, com faturamento para 2015 estimado em R$ 76,566 bilhões. O setor acumula alta de 0,62% no ano e encerrou setembro com elevação de 0,56%. O resultado anual é reflexo das elevações observadas nos segmentos de básico (2,38%) e serviços (0,50%) e também as retrações acumuladas na agroindústria (0,01%) e em insumos (0,04%).
No segmento básico, a cotação média e a produção agrícola, em setembro, apresentaram crescimento de 2,02% e 0,26%, respectivamente, com relação ao mesmo período do ano anterior. Entre os agrícolas pesquisados, tiveram aumento de faturamento o café (2,34%), a soja (0,28%), a batata (26,84%), a laranja (7,05%) e o feijão (30,25%).
No caso do café, produto de maior representatividade na agricultura mineira, a expectativa é de que a colheita de 2015 seja 1,48% menor que a de 2014. Já com relação aos preços, a elevação foi de 3,88% na comparação com setembro de 2014. Para soja, os preços reais acumularam baixa de 4,76% em setembro de 2015 no Estado. Já na produção o aumento foi de 5,29% no ano.
Na batata-inglesa, o aumento de 26,84% no faturamento, reflete a expressiva elevação de 25,4% nos preços e de 1,15% na produção. Segundo os pesquisadores do Cepea, os preços pagos pela batata permanecem em patamares atrativos ao produtor, garantindo a cobertura dos custos de produção. A valorização se deve baixa oferta, provocada por perdas e quebras de produtividade verificadas na última safra.
Dentre os produtos que apresentaram retração no faturamento, destaque para o milho cujo faturamento recuou 4,16%, seguido carvão vegetal, 25,25%, mandioca, 42,36%, algodão, 9,63%, e cana-de-açúcar, 0,47%.
Com relação ao milho, os preços reais caíram 2,72% e a produção, 1,49%. Na cultura do algodão foi verificada queda de 6,74% em volume e de 3,10% nos preços. Para o carvão, a queda em volume foi estimada em 11,9% e de 15,16% nos preços.
O relatório do PIB do agronegócio de Minas Gerais é calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com o apoio financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional de Minas Gerais (Senar-AR/MG) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG