Após dez quedas mensais consecutivas, estabilidade em outubro e alta em novembro, o Índice de Expansão do Comércio (IEC) voltou a subir em dezembro e atingiu 73,7 pontos, aumento de 6,9% na comparação com o mês anterior. No entanto, a alta está associada principalmente à melhora na intenção de contratações, decorrente do maior fluxo de consumidores nas lojas no final do ano. Trata-se, na verdade, de um reflexo sazonal, já que, se comparado a dezembro de 2014, o recuo foi de 30%. A pesquisa é realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP).
Embora o subíndice Expectativas para contratação de funcionários (um dos indicadores que compõem a pesquisa) tenha apresentado crescimento de 11% em relação a novembro, passando de 79,6 para 88,4 pontos; na comparação anual a queda foi de 27,4%. Segundo a assessoria econômica, isso reforça o fato de que ainda é cedo para falar em uma reversão da tendência de queda observada nos meses anteriores.
Outro componente do IEC, o Nível de investimento das empresas, voltou a subir na comparação mensal (+1,3%) após cinco quedas consecutivas. Este indicador sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações ou em equipamentos, dado o cenário analisado. Apesar da alta em dezembro, os últimos números, de acordo com os economistas da Federação, indicam que ainda não há sinais de recuperação e do fim de um ciclo negativo.
Dos cerca de 600 empresários entrevistados na RMSP, 75,8% estão investindo menos e 57,8% ainda pretendem reduzir o quadro de funcionários nos próximos meses. Assim, o IEC sugere um ambiente de muita cautela por parte dos empresários, com incentivo apenas momentâneo às contratações temporárias, mas nenhuma indicação de que isso venha a resultar em algo mais consistente e que gere efetivamente aumento da propensão a investimentos.
Para 2016, os economistas da Entidade apontam que ainda não existem indícios de melhora no IEC, mas o ajuste e o desalento do varejo foram tão grandes neste ano que, no próximo, mesmo as perspectivas permanecendo negativas, dificilmente o comércio paulista registrará o mesmo grau de deterioração. É praticamente certo que não haverá recuperação da atividade econômica no ano que vem, contudo, aparentemente, ao menos, agora todos estão mais preparados para um ano novo ruim.
Veículo: Site Jornal do Brasil