Produção pode chegar a 360 milhões de cápsulas por ano.
De olho no mercado de café em cápsulas, cujo consumo é o que mais cresce no país, a Nestlé inaugurou nesta quinta, em Montes Claros, no Norte de Minas, a fábrica Nescafé Dolce Gusto. O investimento foi de R$ 220 milhões na planta, que tem capacidade de produzir 360 milhões de cápsulas por ano. O CEO da Nestlé no Brasil, Juan Carlos Marroquín, contou que a unidade é a primeira dessa modalidade fora da Europa, onde existe na Espanha, Inglaterra e Alemanha. “A inauguração faz parte das comemorações dos 150 anos da empresa no mundo, que serão celebrados em 2016”, diz. No Brasil, a empresa está presente há 94 anos.
O café que vai abastecer a fábrica é 100% de origem brasileira, além do leite, do cacau e do açúcar. Metade da produção irá para o mercado doméstico e o restante será exportado para países da América Latina, com destaque para Argentina, Uruguai e Paraguai.
Inicialmente serão produzidas em Montes Claros quatro variedade de cápsulas: Buongiorno, Espresso, Espresso Intenso e café Au Lait. A marca foi lançada no mercado brasileiro em 2009 e hoje conta com 21 opções de bebidas. A fábrica gerou 91 empregos diretos e outros mil indiretos.
Apesar da crise, que vem mudando o perfil do consumo do brasileiro, Marroquín aposta no bom desempenho do produto. “Em épocas de crise, não se compra carro, mas se toma café. É um luxo barato”, justifica.
Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), o mercado de doses individuais (café em cápsula) cresceu 47% em 2014. Entretanto, ele ainda está pouco presente nos lares brasileiros (6%), enquanto que o café tradicional chega a 98%.
O mercado brasileiro é o quarto maior em faturamento da Nestlé. A primeira posição é ocupada pelos Estados Unidos, seguidos por China e França. A Nestlé tem 30 fábricas no Brasil. Em Montes Claros, esta é a segunda unidade. A outra é de leite condensado.
Safra
Leve queda. A safra de café arábica e conilon do Brasil está estimada, para este ano, em 43,24 milhões de sacas. É 5,3% menor que a de 2014, mas este período é de baixa bienalidade.
Autorização para importar ainda não saiu
São Paulo. A Nestlé ainda espera que o governo brasileiro autorize a importação de café para compor o blend original do Nescafé Dolce Gusto – em uma das variedades da fábrica europeia, há um pequeno percentual de café lavado de origem etíope.
A importação tem sido barrada por causa do risco de entrada de pragas e doenças. A fábrica mineira usará um café nacional com “perfil sensorial análogo ao encontrado na Etiópia”, segundo o gerente agrícola de cafés da Nestlé, Pedro Malta.
Veículo: Site O Tempo